Com exceção de um ou dois de seus integrantes, a atual composição do Supremo Tribunal Federal revela-se uma desonra contra a história e a tradição dos bons serviços que a Corte, em tempos já muito distantes, prestou à nação.
Virou, como bem definiu um ex-ministro, um arquipélago de monocracias, onde brota a insegurança jurídica que nos assombra permanentemente e impera a nefasta prática das decisões individuais, que manipulam interpretações da Constituição ao gosto e ao interesse de cada um, determinam prisões arbitrárias, soltam bandidos condenados, paralisam processos e anulam sentenças contra corruptos ilustres, só para citar as patifarias mais conhecidas.
Do mesmo modo, em qualquer país um pouco mais sério do que o nosso, o deputado federal Daniel Silveira, que o ministro Alexandre de Morais mandou prender, aliás, ilegalmente, por ter publicado em suas redes sociais um vídeo com ofensas e ameaças a membros do STF e mais um monte de asneiras, jamais poderia ocupar, por sua vida pregressa, uma cadeira no Congresso Nacional, assim como dezenas de outros de seus colegas .
Não importa qual será a saída para essa nova crise institucional. Ela não vai solucionar o problema em sua essência.
Porque o problema do Brasil não está em suas instituições, mas na qualidade das pessoas que lá nos representam e que, em última análise, foram colocadas em seus cargos por nós.
Em algum momento isso terá que ser enfrentado e resolvido para deixarmos de ser uma república das bananas.