DOS MALES, O MENOR

Por Caio Gottlieb

Nenhum dos dois candidatos à presidência da Câmara dos Deputados, a bem da verdade, está à altura da relevância do cargo, que confere ao ocupante, além do terceiro lugar na linha sucessória do Palácio do Planalto, um poder enorme sobre os destinos do país.

Ambos fazem parte daquela numerosa plêiade de parlamentares investigados por denúncias de corrupção.

Como se diz no linguajar comum, não são flor que se cheire.

Aliás, em minha já longa vida de jornalista, lembro-me de um único nome com as credenciais mínimas de caráter e integridade moral que esteve no comando da casa: o saudoso Ulysses Guimarães.

Ele podia ter muitos defeitos, mas a sua honradez era inquestionável.

Mas isso é coisa de um passado distante.

De uns tempos para cá, não tendo opções melhores na disputa, fica-se na expectativa de que vença o menos pior.

Para os empresários, diante das notícias amplamente divulgadas na imprensa nos últimos dias, quem está se encaixando no figurino é o deputado Arthur Lira.

Se tinha alguma simpatia no setor, o deputado Baleia Rossi perdeu ao assumir dois compromissos para obter o voto dos partidos de esquerda: pautar a PEC que recria o imposto sindical extinto na Reforma Trabalhista e colocar em votação os pedidos de impeachment protocolados contra o presidente Jair Bolsonaro.

Ou seja, a decisão do PT e de seus parceiros de declarar apoio a Baleia pela “independência” da Câmara é pura conversa pra boi dormir.

Oportunista, a oposição quer novamente tirar dinheiro das empresas e do salário dos trabalhadores para colocar nos bolsos dos dirigentes sindicais que estão ao seu serviço e fabricar crises políticas para instabilizar e paralisar o governo.

É a turma do “quanto pior, melhor”.

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