Lockdown: EM FOZ, CASAMENTO NA PANDEMIA GERA CONTRADIÇÕES E CRISE NO GOVERNO CHICO BRASILEIRO

Enquanto isso, o único pronunciamento do prefeito sobre o caso foi feito por meio de um vídeo, no qual ele diz que estava em casa assistindo jogo de futebol na hora da festa de casamento.

O episódio do casamento ocorrido no domingo à noite e encerrado com a presença de forças de segurança e dos fiscais da prefeitura de Foz do Iguaçu gerou uma grave crise no governo Chico Brasileiro. Surgiu uma teia de contradições e conflitos dentro da própria prefeitura. De um lado o gabinete do prefeito mantém a posição de que o evento não poderia acontecer devido a lockdown vigorando desde a zero hora de sábado; e de outro estão o diretor do Cerimonial municipal dando orientações (por WhatsApp) de que a festa estaria autorizada e de como ela deveria ocorrer e, por sua vez, os gestores da secretaria municipal de Turismo sendo acusados, sem apresentação de provas (registramos), pelos próprios noivos de terem autorizado a realização, o que foi afirmado também pelo diretor do Cerimonial da prefeitura.

Na segunda-feira, em reportagem da RPC, o secretário de Turismo, Paulo Angeli, negou ter autorizado, mas revelou que tem a opinião pessoal. “Eu sempre tive uma posição pessoal a respeito disso, sobre os eventos, mas a partir do momento que teve um decreto estadual, as autorizações municipais já não valiam mais. Teve outros eventos que foram emitidos também autorizações (alvarás) que foram cancelados. Agora, não posso dizer que era um evento ilegal porque tinha uma autorização emitida antes do decreto estadual, seguindo os protocolos que estavam preconizados na legislação”, disse.

FALHA DE COMUNICAÇÃO OU DE INTERPRETAÇÃO?

Ao IGUASSU News, com exclusividade, Paulo Angeli (foto ao lado) disse na tarde desta terça-feira (02) que “Conheci o casal de noivos somente na segunda-feira (01), Nunca tive contato com eles antes disso. Não fiz nenhum tipo de ajuste e nem dei orientações a fiscalização da prefeitura para autorizar ou não intervir em eventos após as decretações proibindo circulação de pessoas nos respectivos horários noturnos, até porquê, independentemente de minhas posições pessoais, sou agente público e tenho que cumprir a legislação vigente, a qual, entendo, não permitia a festa de casamento. Ainda sobre a festa, não autorizei ninguém a falar em meu nome ou em nome da pasta pela qual sou responsável!”, declarou o secretário de Turismo para este meio de informação.

Os responsáveis pelo local do evento informaram para a reportagem da TV que se tratava de um casamento cristão evangélico, com pouco mais de 90 pessoas, sem bebida alcoólica, nem pista de dança, apenas um jantar e tinha autorização para ser realizado.

O espaço estava fechado há 11 meses e disseram que o evento só aconteceu porque o noivo e a noiva seguiram um alvará e se não fosse realizado, a empresa seria responsabilizada por quebra de contrato. Alegaram ainda que como o decreto saiu em cima da hora, não foi possível cancelar.

NOIVOS REAFIRMAM QUE SECRETARIA FOI CONSULTADA E AUTORIZOU

Os organizadores do evento não se manifestaram, mas, nesta terça-feira (2), os noivos enviaram uma nota, sem provas anexas – segundo consta,  para a redação da RPC. Em um trecho afirmam: “Após o último decreto estadual e municipal, no dia 26 de fevereiro, ENTRAMOS NOVAMENTE em contato, com a secretaria para sabermos se os eventos seriam mantidos ou se deveríamos adiar, eis que nunca foi nossa intenção, agir em desconformidade com a lei ou qualquer decreto. Na mesma noite, a Secretaria em questão AFIRMOU que os eventos agendados e autorizados para ocorrer nos dias 27 e 28 de fevereiro seriam mantidos”.

PROCURADOR DO MUNICÍPIO EXPLICA QUE EVENTO ERA ILEGAL

O procurador-geral do município, Osli Machado, foi taxativo: “O evento não poderia acontecer. Um decreto publicado pelo Município há cerca de dez dias, portanto, antes do decreto do Estado, ele ressalvava os eventos que tinham sido autorizados naquele final de semana. Veio o decreto do Estado, o Município revogou seu próprio decreto e admitiu na integralidade o decreto do Estado”.

Osli Machado disse ainda que “…nenhum evento que estivesse autorizado, com alvará, poderia persistir. Uma vez que o decreto foi apresentado à população (publicado), qualquer autorização, evidentemente, ficou revogada. Pode ter havido equívoco, mas decreto e lei não precisam ser explicados. Está vigente o decreto ou está vigente a lei, cumpra-se!”.

Em meio a esses conflitos e contradições ainda existem prints de conversas em grupo de Watshapp em que o diretor de cerimonial da prefeitura orienta para que os noivos evitassem postar fotos do evento nas redes socais, possivelmente temendo o que ocorreu, uma forte reação da opinião pública.

Dentre os prints das conversas de WhatsApp sobre a festa de casamento, os quais circularam pelas Redes Sociais, aparece um que seria da diretora da secretaria de Turismo, no qual estaria ela confirmando que os eventos estariam autorizados, por conta do decreto posterior à emissão do alvará. Enquanto isso, o único pronunciamento do prefeito sobre o caso é que ele estava em casa assistindo jogo de futebol.


Posicionamento

Presidente do Visit Iguassu é contrário a qualquer espécie de lockdown em Foz do Iguaçu

Para Felipe Gonzalez, presidente do Visit Iguassu (foto ao lado), “o posicionamento duro por parte Governo do Estado, colocou a cidade em pé de igualdade com locais de características totalmente distintas. Foz do Iguaçu é uma cidade de fronteira e com sua atividade baseada no turismo, o que a diferencia dos demais municípios do Paraná, um fechamento abrupto provoca uma sensação de insegurança para as Cias aéreas, operadoras de turismo e principalmente para o visitante, que de uma hora para outra passa a correr o risco de chegar no destino e encontrar hotéis e atrativos fechados”.

“Somos totalmente a favor das medidas sanitárias, somos a favor da vida, por isso, somos rigorosamente cumpridores das normativas, mas não vamos mais aceitar medidas impostas sem diálogo. A pandemia se encaminha para completar um ano, e ainda temos a sensação que os empresários são os vilões da história. Estamos aprendendo a cada dia conviver com novas e duras regras de segurança, mas esse tipo de fechamento que tentam nos impor é exagerado e desfaz do que a classe empresarial vem praticando, além de jogar com a vida dos trabalhadores e suas famílias que em breve não terão de onde tirar seu sustento”, afirma Felipe Gonzalez.


Protesto hoje

Movimento ‘Vem pra rua Foz’ convoca ato contra o lockdown nesta quarta em Foz (03)

A intenção é denunciar as dificuldades enfrentadas pelos diversos setores da economia.

Lideranças empresariais e trabalhadores se uniram para uma grande mobilização em frente a Prefeitura, marcada para amanhã, quarta-feira (03,) às 10 horas, em protesto contra o lockdown que entrou em vigor no final de semana em Foz do Iguaçu e no Paraná, informaram o jornal GDia e o blog Não Viu” do jornalista Vinicius Ferreira.

A intenção é denunciar as dificuldades enfrentadas pelos diversos setores da economia em função das medidas de enfrentamento a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).

(Da Redação do IGUASSU News)

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