Pandemia: AVIÕES DA FAB COM CILINDROS DE OXIGÊNIO CHEGAM A MANAUS

Governo venezuelano autoriza e empresa vai buscar oxigênio para hospitais do Amazonas no país presidido por Maduro.

Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) carregados com toneladas de cilindros de oxigênio chegaram na madrugada desta sexta-feira a Manaus, no Amazonas.  O Estado vive um colapso do sistema de saúde, devido à alta acelerada de infecções pelo novo coronavírus.

A ajuda, entretanto, ainda não soluciona a dramática situação dos hospitais de Manaus, onde pacientes sofrem com a falta de ar. Em todo o Brasil, ao menos 207.095 pessoas morreram desde o início da pandemia até esta sexta-feira, segundo o balanço mais recente do Ministério da Saúde.

Manaus vive colapso dos hospitais devido à alta da covid-19 e falta de oxigênio faz Amazonas transferir pacientes para outros Estados. Mutações preocupam e o Reino Unido bloqueia os voos do Brasil para evitar entrada de cepa detectada em Manaus.

A ajuda recebida até agora ainda não soluciona a falta de oxigênio nos hospitais da capital amazonense, que entrou em colapso devido ao acelerado aumento de casos da doença.

Segundo o Ministério Público do Amzonas, a principal fornecedora do oxigênio hospitalar no Amazonas, a White Martins, alegou “não possuir logística suficiente para atender a demanda” no País. A companhia disse que a demanda do Amazonas chegou a 70 mil metros cúbicos por dia, após aumentar cinco vezes nos últimos 15 dias.

Ao mesmo tempo, a empresa disse que realiza uma “grande operação por vias fluvial e aérea” para trazer oxigênio de fábricas localizadas em outros Estados no Brasil, com apoio das Forças Armadas e governos.

A ajuda de Nicolás Maduro

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (foto ao lado), orientou que sua diplomacia atendesse ao pedido do governo do Amazonas para liberar uma carga de oxigênio hospitalar da White Martins produzida no país. O chanceler chavista Jorge Arreaza disse que conversou nesta quinta-feira, 14, com o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), após o sistema público entrar em colapso no Estado.

“Por instruções de Maduro conversei com o governador do Amazonas, Wilson Lima, para colocar imediatamente à disposição o oxigênio necessário para atender a contingência sanitária em Manaus. Solidariedade latino-americana antes de tudo!”, expressou o ministro Arreaza. Lima agradeceu em nome do povo amazonense.

A empresa White Martins comunicou que buscaria o estoque disponível em suas operações na Venezuela e que tentaria viabilizar a importação para abastecer o Estado.

“A White Martins já identificou a disponibilidade de oxigênio em suas operações na Venezuela e, neste momento, está atuando para viabilizar a importação do produto para a região”, disse a empresa em nota.

Diplomacia 

Desde o ano passado, a diplomacia bolivariana tem tentado uma  trégua com Brasília. Em agosto de 2019, por exemplo, a chancelaria chavista ofereceu ajuda durante as queimadas na Amazônia. Em 2019, sugeriu o arquivamento das diferenças políticas e ideológicas em prol de um esforço continental sanitário para lidar com a pandemia do novo coronavírus. O próprio Maduro chegou a dizer, em julho, que gostaria de ter uma “coordenação efetiva com autoridades governamentais e de saúde”. O Itamaraty ignorou.

Brasília e Caracas começaram um processo de afastamento no fim do governo Dilma Rousseff. Hoje, os países mantêm relações mínimas. Bolsonaro determinou o fechamento das representações diplomáticas em Caracas e no restante do País. Além disso, cassou o status diplomático dos representantes de Maduro em Brasília. Eles são agora “personae non gratae”.

Em tese, o governo Maduro poderia barrar a exportação para o Brasil administrativamente. Desde o início da pandemia, o governo Bolsonaro já usou do expediente de controlar a exportação de insumos hospitalares com alta demanda, como o comércio de respiradores pulmonares, álcool em gel e máscaras.

(Da Redação com El País)

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