Pandemia: ‘NO QUE DEPENDER DE MIM NUNCA TEREMOS LOCKDOWN’, DIZ BOLSONARO

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (3) que, no que depender dele, o país nunca terá um lockdown para tentar conter a disseminação do novo coronavírus.

“No que depender de mim nunca teremos lockdown. Nunca, uma política que não deu certo em lugar nenhum do mundo. Nos Estados Unidos vários estados anunciaram que não têm mais [lockdown]. Não quero polemizar esse assunto aí”, afirmou Bolsonaro.

O presidente conversou com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. “Não aguenta mais. O cara quando fecha uma empresa, 10, 12 pessoas mandadas embora, dificilmente arranja emprego novamente”, completou.

Na segunda-feira (1º), os secretários estaduais de Saúde divulgaram uma carta em que afirmam que o Brasil vive o “pior momento da crise sanitária” provocada pela pandemia pediam medidas mais duras para evitar um colapso nos sistemas de saúde.

Entre as ações recomendadas, está a adoção de um toque de recolher nacional das 20h às 6h, a suspensão das aulas presenciais e um lockdown nas regiões “com ocupação de leitos acima de 85% e tendência de elevação de casos e mortes”.

BRASIL BATE NOVO RECORDE AO REGISTRAR 1.840 MORTES POR COVID-19 EM 24 HORAS

O Brasil mais uma vez bateu o recorde de mortes registradas em um único dia, com 1.840 óbitos. Além disso, pelo quinto dia consecutivo, o país tem recorde na média móvel de mortes, 1.332. O país já está há 42 dias seguidos com média móvel acima de 1.000. O recorde de mortes anterior ocorreu na terça: 1.726 óbitos, no maior salto da pandemia.

Além do elevado número de óbitos, também foram registrados 74.376 casos de Covid-19, segundo maior valor da pandemia. O recorde pertence ao dia 8 de janeiro, com 84.977 infecções, mas ocorreu devido a uma revisão de dados do Paraná.

O total de mortes chegou a 259.402 e o de casos a 10.722.221, desde o início da pandemia. O Brasil enfrenta o pior momento da pandemia, com situações críticas em todas as regiões do país. Dez capitais do país apresentavam UTIs com mais de 90% de ocupação na terça.

A Fiocruz publicou uma nota técnica na qual alertava sobre o grave e inédito momento do país na pandemia. “Pela primeira vez desde o início da pandemia, verifica-se em todo o país o agravamento simultâneo de diversos indicadores, como o crescimento do número de casos e de óbitos, a manutenção de níveis altos de incidência de Srag [Síndrome Respiratória Aguda Grave], a alta positividade de testes e a sobrecarga dos hospitais”.

Em meio à expansão da Covid no país, os pesquisadores do Observatório Covid-19 Fiocruz afirmam que há necessidade de medidas mais rigorosas para restringir atividades não-essenciais e a circulação de pessoas, em busca de interromper a transmissão descontrolada do Sars-CoV-2, de acordo com a situação epidemiológica e capacidade de atendimento de cada região. Segundo o boletim, “os dados são muito preocupantes, mas cabe sublinhar que são somente a ‘ponta do iceberg'”.

(Da Redação com Sputnik e Folhapress)

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