Pandemia: OMS APROVA VACINA DE OXFORD E DESTRAVA ENVIO PARA O BRASIL

Previsão é que 1,6 milhão de doses cheguem no primeiro trimestre e 6 milhões até julho, pelo consórcio Covax. Regiões suecas cessaram uso da vacina Oxford/Astrazeneca devido a efeitos colaterais.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) incluiu nesta segunda (15) em sua lista de uso emergencial (EUL) a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca. A decisão permite que elas sejam distribuídas pela Covax, consórcio internacional que enviará vacinas para mais de cem países no mundo, inclusive o Brasil.

A expectativa é que 1,6 milhão de doses do imunizante cheguem ao Brasil neste trimestre e 6 milhões no segundo trimestre. Dos 10.672.800 de doses alocadas para o país no primeiro semestre, cerca de 3 milhões serão adiadas para o segundo semestre, de acordo com documento publicado no começo do mês. O acordo do Brasil na Covax prevê 42,5 milhões de doses até o fim de 2021.

O departamento responsável pela avaliação e regulação das vacinas aprovou tanto a versão produzida pela AstraZeneca-SKBio na Coreia (que virá para o Brasil) quanto a produzida pelo Instituto Serum, na Índia.

Além de destravar a distribuição pela Covax de 336 milhões de doses da AstraZeneca para 145 países, a inclusão do produto na EUL também beneficia países menos desenvolvidos, que não tem uma agência regulatória estruturada e podem tomar sua decisão com base no parecer da entidade. A Covax deve ainda entregar 1,2 milhão de doses da Pfizer/BioNTech (incluída na EUL em dezembro) neste semestre.

“Países sem acesso a vacinas até o momento finalmente poderão imunizar seus profissionais de saúde e populações em risco”, disse a brasileira Mariângela Simão, subdiretora-geral da OMS para Acesso a Medicamentos. O órgão avaliou dados de qualidade, segurança e eficácia da vacina de Oxford e planos de gestão de risco e adequação das cadeias de refrigeração.

Na semana passada, o órgão consultivo que orienta a OMS (Sage) recomendou o uso do imunizante em todas as faixas etárias a partir dos 18 anos de idade.


‘Isso não é bom’: REGIÕES SUECAS CESSAM USO DA VACINA OXFORD/ASTRAZENECA DEVIDO A EFEITOS COLATERAIS

O início da vacinação com o inoculante da Oxford/AstraZeneca em várias regiões suecas produziu um número acima do esperado de efeitos colaterais e a vacina foi suspensa para evitar a falta de profissionais de saúde devido a licenças médicas.

Duas regiões suecas pararam temporariamente a inoculação de profissionais de saúde com a vacina contra a COVID-19 da Oxford/AstraZeneca após sobre suspeitas de efeitos colaterais.

“Paramos em parte porque devemos investigar, mas também para não termos uma situação muito tensa com o pessoal”, afirmou o médico responsável pela da região de Sormland, Magnus Johansson, à emissora SVT.

Em Sormland, de 400 funcionários do hospital vacinados em um único dia, 100 desenvolveram efeitos colaterais. Embora a febre seja considerada um efeito colateral comum, de acordo com as autoridades regionais, mais pessoas do que o esperado relataram o sintoma.

Em Gavleborg, onde uma proporção semelhante de efeitos colaterais foi observada, as autoridades decidiram seguir o exemplo de Sormland e interromper temporariamente o uso da vacina Oxford/AstraZeneca.

“[Os sintomas] são os usuais, calafrios, dores no corpo e febre […]. O problema é que vacinamos muitas pessoas do mesmo local de trabalho. É por isso que estamos fazendo uma pausa. Não tem nada a ver com a vacina. Estamos apenas um pouco preocupados com a equipe no fim de semana”, garantiu a coordenadora da vacinação em Gavleborg, Tina Mansson Soderlund.

Andreas Heddini, médico responsável da Oxford/AstraZeneca na região nórdica, disse que ficou intrigado com os dados.

“Isso não se encaixa em nada com o que vimos [em outros lugares] […]. Não, isso não é bom. Parece ter havido uma proporção maior de efeitos colaterais do que o esperado. Estudos têm mostrado que algo em torno de 10% dos vacinados devem ter efeitos colaterais desse tipo”,  comentou Heddini ao SVT.

A gigante farmacêutica agora vai acompanhar com atenção as regiões suecas, e o médico enfatizou que os efeitos colaterais relatados não são graves e não devem ser motivo para preocupação excessiva.

“Levamos tudo em torno da segurança da vacina extremamente a sério, mas nossa vacina já foi dada a muitos milhões de pessoas em todo o mundo, e até mesmo em testes clínicos, e não vimos quaisquer efeitos colaterais graves […]. Esse tipo de efeito colateral é esperado e agora estamos tendo um diálogo próximo com essas regiões para entender melhor o que aconteceu”, ressalta Heddini.

A Suécia registra até o momento 12.428 mortes pela COVID-19 e 608.411 casos confirmados.

AstraZeneca no Brasil

A vacina Oxford/AstraZeneca já foi liberada para uso na União Europeia, Índia, Brasil e outros países. Na semana passada, O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deu início ao envase do primeiro lote do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina desenvolvida pela instituição em parceria com o laboratório AstraZeneca.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade durante evento que marcou a liberação das vacinas de Oxford/AstraZeneca para serem entregues ao Ministério da Saúde e distribuídas no Brasil

​A Fiocruz estima produzir 100,4 milhões de doses até julho deste ano. De agosto a dezembro serão mais 110 milhões de doses de vacinas produzidas inteiramente na instituição brasileira.

(Da Redação com Agências Sputnik e  Folhapress)

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