Observatório da Fundação mostra aumento de mais de 1.000% de óbitos entre pessoas de 20 a 29 anos, no período de 4 a 17 de abril.
O boletim do Observatório Fiocruz Covid-19, divulgado na tarde desta sexta-feira (23), mostrou que segue o rejuvenescimento da pandemia no Brasil.
Os dados foram calculados com bases nos registros de 4 a 17 de abril, da 14ª e 15ª semana epidemiológica de 2021. As comparações são feitas com a primeira semana do ano da epidemia. De acordo com o estudo, o maior crescimento de óbitos pela infecção do SARS-CoV-2 aconteceu na faixa etária de 20 a 29 anos, com aumento de 1.081,82%.
Na primeira semana do ano, aconteceram 127 mortes de pessoas entre os 20 e 29 anos. Na 15ª semana do ano, que foi dos dias 8 a 14 de abril, os óbitos em pessoas desta mesma faixa etária foram de 1.074 pessoas. Já entre os novos casos da doença, as pessoas entre 40 e 49 anos foram as mais afetadas e o índice subiu 1.173,75%.
Além dessas evidências, quando é analisada as idades dos pacientes de unidades de Terapia Intensiva (UTI), fica claro que mudou a faixa etária dos doentes graves. Na semana epidemiológica um, a proporção de doentes com menos de 70 anos internados em UTI era 52,74%. Na 14 ª semana, 72,11% dos internados estavam abaixo dos 70 anos.
UTI covid em Santo André, região metropolitana de SP, com maioria de doentes mais jovens. Foto: Sebastião Moreira/EFE
No período analisado, quase todos os Estados apresentaram estabilidade no número de novos casos e óbitos, com exceção de Roraima. Lá, foi verificada nova alta tanto nos dois índices. As maiores taxas de incidência de covid-19 foram em Rondônia, Amapá, Tocantins, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, e no Distrito Federal.
As taxas de mortalidade elevadas aconteceram nos estados de Rondônia, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal. O Boletim alerta que as regiões Sul e Centro-Oeste são classificadas como críticas para as próximas semanas, o que pode ser agravado pela saturação do sistema de saúde nesses estados.
Sobre a mortalidade, o Rio de Janeiro tem o pior índice do Brasil, com 8,3%, seguido de Paraná (6,2%), Distrito Federal (5,3%), Goiás (5,2%) e São Paulo (5,1%). Segundo os pesquisadores, alta letalidade revela grave falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde nesses estados, como a insuficiência de testes diagnóstico, identificação de grupos vulneráveis e encaminhamento de doentes graves.
MENOS MORTES
Por outro lado, entre janeiro e fevereiro, a vacinação da população ajudou a diminuir os óbitos em pessoas que receberam os imunizantes. Houve uma queda de 34% nas mortes por covid-19 entre as pessoas com 90 anos ou mais na rede pública da cidade do Rio. Na cidade de São Paulo, as mortes entre 85 e 89 anos despencaram 51% em fevereiro, com relação a janeiro.
(Da Redação com R7)