Política: ATOS CONTRA BOLSONARAO ACONTECEM EM DEZENAS DE CAPITAIS E NO DISTRITO FEDERAL

Manifestações acontecem em meio à pandemia e tiveram pontos de aglomeração; organizadores dos eventos pediram uso de máscara PFF2 e distanciamento.

Protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aconteceram neste sábado (29) em dezenas de capitais brasileiras e no Distrito Federal. Os manifestantes se reuniram em ruas e avenidas principais de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Maceió, João Pessoa, Porto Velho, Recife e Aracaju.

Ainda não se sabe quantas pessoas participaram dos atos. Até o começo da noite, os organizadores e as autoridades não haviam se pronunciado a respeito.

Coordenados por grupos de esquerda, os atos aconteceram com palavras de ordem contrárias ao governo e pelo impeachment de Bolsonaro, além de faixas e placas pedindo por mais vacinas contra Covid-19, aumento do auxílio emergencial, pelo fim dos cortes de verbas na educação e pelo fim da fome, que se agravou com a pandemia.

SÃO PAULO

Em São Paulo, os manifestantes se reuniram no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista. A organização do movimento na capital paulista inflou um boneco de Bolsonaro com alusões a cloroquina, medicamento sem comprovação científica para tratamento da Covid-19 que é defendido pelo presidente.

A hashtag #29MPovoNasRuas esteve entre as mais comentadas do Twitter neste sábado.

Os presentes no local usavam máscaras, carregavam bandeiras de centrais sindicais e entidades estudantis. A partir das 16 horas, a reportagem da CNN constatou que as duas vias da Paulista já se encontravam bloqueadas pelos manifestantes. Os manifestantes distribuíram máscaras PFF2 para os presentes – mesmo quem já estava de máscara era orientado a receber a doação e deixá-la como reserva.

Os organizadores dos atos pediram que os manifestantes usassem máscara PFF2 e mantivessem o distanciamento social – em algumas capitais, no entanto, houve registro de aglomeração.

Na avenida Paulista, manifestantes distribuíram máscaras PFF2 em ato contra o governo Jair BolsonaroFoto: José Brito.

No fim da tarde, os manifestantes começaram a caminhar sentido à avenida da Consolação, na região central da cidade.

RIO DE JANEIRO

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas atravessaram a avenida Presidente Vargas, no centro da capital fluminense. Um boneco do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi inflado. Placas e faixas contrárias a Bolsonaro também marcaram o ato. A caminhada foi encerrada pouco depois das 13 horas.

No último domingo (23), o Rio de Janeiro foi palco da “motociata” de Bolsonaro, que contou com a participação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, políticos e apoiadores do governo. Neste sábado, as pistas centrais e a lateral da avenida Presidente Vargas, no sentido Candelária, ficaram interditadas para o tráfego.

Policiais militares e guardas municipais acompanharam o deslocamento do protesto, enquanto agentes de trânsito orientavam os motoristas na região.

BRASÍLIA

Em Brasília, o ato foi encerrado ainda no início desta tarde. Segundo os organizadores, cerca de 20 mil pessoas participaram a pé e em carros do ato. A PM do Distrito Federal não divulgou estimativa de público.

A carreata foi convocada por lideranças do MST e CUT. As lideranças das frentes Povo sem Medo, Brasil Popular e Coalizão Negra por Direitos convocaram os manifestantes a se concentraram em Frente ao Museu Nacional.

Manifestantes contra o governo foram às ruas em BrasíliaFoto: Gabriela Biló.

RECIFE

Em Recife, o ato que acontecia pacificamente no início da manhã deste sábado foi reprimido pela Polícia Militar (PM) no começo desta tarde com uso de gás lacrimogênio e balas de borracha. Vídeos postados nas redes sociais mostram os manifestantes sendo dispersados pela PM.

A vereadora Liana Cirne (PT) foi atingida por um jato spray de pimenta disparado por policiais militares na avenida Dantas Barreto, na região central do Recife. O momento em que Liana é atingida e cai no chão foi registrado em vídeo e rapidamente se espalhou nas redes sociais.

Ao comentar o caso, a vice-governadora do estado, Luciana Santos (PCdoB) afirmou que a “ação da PM contra manifestantes não foi autorizada pelo governo do Estado”. “Nós estamos ao lado da democracia. Os atos de violência, que repudiamos desde já, estão sendo apurados e terão consequências”, disse em vídeo postado nas redes sociais.

Em nota, a Comissão Executiva da Câmara Municipal do Recife repudiou a ação da PM pediu que o governo de Pernambuco apure o ocorrido.

BELO HORIZONTE

Em Belo Horizonte, manifestantes que lideraram a caminhada pelo centro da cidade, na região da Praça da Liberdade, com faixas com os dizeres “nem tiro, nem cadeia, nem covid, nem fome. Fora genocida”. Nas imagens, foi possível identificar pontos de aglomeração de pessoas, embora os manifestantes tenham usado máscara.

Participaram dos protestos na capital mineira movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de oposição ao governo. Os manifestantes também pediram o fim da violência policial.

SALVADOR

Na capital baiana, os manifestantes que se reuniram no Largo do Campo Grande e seguiram em caminhada pela avenida Sete de Setembro. Os protestos demandaram o fim da fome, mais vacinas contra a Covid-19 e também o fim dos cortes nas verbas da Educação.

Uma grande faixa foi estendida no chão pedindo “vida, pão, vacina e educação”. Um grupo evangélico levantou uma faixa com os dizeres “evangélicos pelo impeachment”.

MACEIÓ

Em Maceió, manifestantes se encontraram na avenida Fernandes Lima e carregaram faixas de apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS) e placas com os dizeres “vacina sim”.

OUTROS CAPITAIS DO NORDESTE

Também houve protestos em João Pessoa (PB) e Aracaju (SE) em algumas das principais ruas e avenidas das cidades.

SUL

No sul do país, a cidade de Florianópolis teve manifestantes nas ruas até o começo da tarde. A manifestação aconteceu no Largo da Alfândega e chegou a interditar uma avenida. Os integrantes do protesto levantaram faixas e cartazes pedindo o impeachment de Jair Bolsonaro. Uma das faixas pedia “vacina no braço e comida no prato”.

Em Curitiba, os manifestantes se reuniram na praça Santos Andrade, no centro da cidade, e, em cartazes, fizeram referência as mais de 450 mil pessoas que já morreram em decorrência da Covid-19 no Brasil e pediram a valorização da educação.

As manifestações em Porto Alegre aconteceram durante a tarde deste sábado no centro da capital gaúcha, por onde os manifestantes marcharam pedindo o impeachment de Bolsonaro e fizeram demandas por proteção governamental a pessoas vulneráveis.

Manifestantes reunidos em ato contra o governo Bolsonaro em Porto Alegre, no Rio Grande do SulFoto: Gustavo Aguirre.
(Da Redação com CNN)

leave a reply