Política: GOVERNADOR DO AMAZONAS É ALVO DE OPERAÇÃO DA PF

PF apura favorecimento a empresários no aluguel de complexo hospitalar e compra de respiradores. Policiais fizeram buscas em casa do governador do Amazonas e cumprem ordem de prisão contra secretário de Saúde.

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (02/06) uma operação contra a alta cúpula do governo do Amazonas por suspeita de desvios de recursos para o combate à covid-19. A PF cumpre 25 mandados judiciais em Manaus e Porto Alegre, incluindo busca e apreensão na casa do governador do Amazonas, Wilson Lima, e a prisão temporária do secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo.

Segundo as investigações da PF, há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta para favorecer um grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do governo do estado.

Os indícios apontam ainda que funcionários da Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas beneficiaram um grupo de empresários na contratação de parte do Complexo Hospitalar Nilton Lins para ser usado como hospital de campanha.

De acordo com a investigação, contratos assinados em janeiro de 2021 com o governo do estado para diversos serviços, como lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem para o hospital de campanha, têm indícios de irregularidades no processo de licitação, prática de sobrepreço e a não prestação de serviços contratados.

De acordo com a PF, esse hospital de campanha não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia e o local coloca pacientes e funcionários em risco de contaminação. Além disso, é investigada a compra de respiradores por intermédio de uma loja de vinhos em 2020.

Um dos mandados foi realizado na casa do empresário Nilton Costa Lins Júnior, proprietário do hospital contratado temporariamente pelo governo do Amazonas para cuidar de pacientes com covid-19. Os policiais chegaram a ser recebidos a tiros, mas ele acabou sendo detido.

Os responsáveis pelas irregularidades poderão responder pelos crimes de fraude à licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa. Caso sejam condenados, poderão cumprir pena de até 24 anos de prisão.

Há um mandado de prisão contra o secretário Marcellus Campêlo, mas ele ainda não foi encontrado. Agentes fizeram ainda buscas na sede do governo estadual. Em nota, Campêlo afirmou que está viajando, mas está à disposição da Justiça e vai prestar todos os esclarecimentos necessários.

Em nota, o governo do Amazonas afirmou que “é de total interesse do Estado de que os fatos relacionados às investigações em curso sejam esclarecidos”. O comunicado diz ainda que o governador Wilson Lima “está convicto de que não cometeu qualquer ilegalidade e confia na Justiça”.

(Da Redação com DW)

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