Ainda que exista um limite mensal de gastos, que pode variar de 30 mil a 45 mil reais, de acordo com o estado pelo qual o senador ou deputado foi eleito, o valor permite, na prática, até dobrar o salário dos nossos dignos representantes, que hoje beira os 34 mil.
O melhor da história é que não precisa nem mesmo comprovar a conexão das despesas com a atividade parlamentar: basta apresentar as notas para obter sem grande burocracia o ressarcimento da grana, que sai, é claro, dos impostos que pagamos.
Veja, por exemplo, o que você andou bancando ultimamente para três dos principais arautos da moralidade na CPI da Covid no Senado.
Em plena pré-campanha para o governo do Amazonas, Omar Aziz vem usando 40 mil reais por mês para investir em comunicação e marketing, exibindo sua participação no circo.
Já o Randolfe Rodrigues utilizou a verba para fretar um avião e viajar com todo o conforto para participar de ato político no interior do Amapá.
Revelando seus refinados hábitos gastronômicos, Humberto Costa botou a mão no cotão para pagar esfirras, torta de chocolate, profiteroles e limão espremido na água com gás.
Como se percebe, os princípios éticos alardeados por certos homens públicos são bastante flexíveis e maleáveis para se dobrarem a uma boa mordomia.