Com o escândalo da Covaxin, que aponta indícios de superfaturamento na compra do imunizante indiano pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, entra novamente na mira da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado.
Em depoimento à CPI nesta sexta-feira (25), o deputado Luis Miranda (DEM-DF) disse que havia informado Pazuello, “de forma bem resumida”, sobre os indícios de irregularidades na compra da vacina, adquirida por um valor 1000% maior que o inicialmente cobrado pelo laboratório Bharat Biotech, responsável pela produção.
Segundo Miranda, a revelação foi feita em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) durante viagem oficial para a busca de imunizantes contra a Covid-19. “Dentro da aeronave eu comento com o Pazuello que a situação era uma situação grave que eu tinha encaminhado para o presidente da república”.
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O deputado descreveu a reação do general: “Ele [Pazuello] olhou para a minha cara com uma cara de descontentamento e falou assim: ‘Luis, no duro, mas nessa semana é certeza eu vou ser exonerado'”.
Ao revelar a razão da demissão iminente, Pazuello deu a Luis Miranda uma justificativa muito diferente da apresentada em seu depoimento à CPI da Covid, quando explicou a exoneração com as palavras “missão cumprida”.
“Ele [Pazuello] falou assim: ‘no final do ano mesmo, eu não quis dar o ‘pixulé’ para o pessoal. O cara olhando no meu olho, botou o dedo na minha cara e falou assim: eu vou te tirar dessa cadeira'”, relatou o deputado. O então ministro não teria revelado que seria o interlocutor da conversa.
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As revelações devem ser abordadas em um novo depoimento de Pazuello à CPI da Covid, já aprovado pelos senadores que coordenam a investigação. A pressão também deve aumentar em função do pedido feito pela ex-esposa do general, Andréa Barbosa, para depor à CPI, afirmando ter informações relevantes para as investigações.