Na caminhada até a conquista, os três têm histórias parecidas sobre o motivo que os leva a vestir azul e não verde e amarelo. Conheça abaixo a trajetória dos brasileiros:
TOLÓI
Tolói foi destaque nas últimas temporadas da Atalanta, que brigou pelos primeiros postos do Campeonato Italiano, além de chegar às quartas de final da Champions League no ano passado e às oitavas em 2021.
Em entrevistas recentes, o zagueiro afirmou que esperava uma convocação – que nunca aconteceu – de Tite para o Brasil. O defensor chegou a ser titular da seleção sub-20 no título do Sul-Americano e no vice do Mundial em 2009, perdendo a final nos pênaltis para Gana.
Sem o chamado de Tite, Tolói naturalizou-se italiano e foi chamado pela primeira vez pelo técnico Roberto Mancini em março de 2021. Na atual Euro, ele jogou quatro partidas (uma delas como titular).
No Brasil, revelado no Goiás, Tolói subiu ao time profissional com apenas 18 anos e foi vendido para o São Paulo, em 2012.
Em quase três anos no Morumbi, Tolói conquistou a Copa Sul-Americana de 2012 e um Prêmio ESPN Bola de Prata Sportingbet em 2014 (destinado aos melhores do Brasileirão).
Rafael Tolói disputou pouco mais de 130 jogos e marcou seis gols pelo São Paulo. No entanto, o zagueiro sofreu com muitos altos e baixos da equipe. Apesar de ser grato ao clube, o zagueiro disse em 2015 à ESPN que ficou chateado com algumas situações.
“Acho que a cobrança em cima de mim era normal, mas da forma que as coisas estavam acontecendo dentro do clube, foi demais. Chegou um momento em que eu jogava bem e diziam que eu não fazia nada mais que a obrigação, e quando o time não vencia, a culpa era sempre da defesa, era sempre minha”, contou o zagueiro.
Depois de passar cinco meses emprestado à Roma, o zagueiro foi comprado pela Atalanta na temporada 2015/16.
PALMIERI
Emerson Palmieri passou a defender a seleção italiana em 2017. Ele é mais um que teve oportunidades nas categorias de base da equipe do Brasil, chegando a disputar um Mundial sub-17. Não chegou, porém, ao time principal.
“Você vai aonde se sente querido. Na Itália, eu já estava jogando na Roma havia uns dois ou três anos e estava no meu auge. Esperei sete meses para responder, não estamos falando de sete dias, mas de meses, é muita coisa. Eles sabiam do interesse da seleção italiana. Eu respeito, mas acredito que fiz a escolha certa”, afirmou à ESPN, em 2019.
Nascido em Santos, o jogador é irmão mais novo do lateral-esquerdo Giovanni Palmieri (ex-Cruzeiro) e começou no futsal no Portuários, clube de sua cidade. Depois de passar pelo Gremetal, ele chegou à Vila Belmiro com 11 anos e migrou para os gramados três anos depois.
Fã dos laterais Marcelo (Real Madrid) e Alex Sandro (Juventus), o garoto venceu muitos títulos na base santista, incluindo a Copa São Paulo de 2013.
Apesar de promissor, Emerson sofria com a falta de espaço na equipe profissional. “Tinha o Léo e depois veio Mena, Guilherme Santos e outros. A concorrência era muito grande. Não tive muita sorte de ter tanta sequência por ser novo, mas sempre fiz o meu melhor”, afirmou o jogador que atuou por 33 partidas no Santos.
A ideia de se transferir para a Europa veio após uma desilusão. “Eu estava jogando bastante com o Oswaldo de Oliveira, mas tive uma lesão e fiquei dois meses fora. Quando voltei estava chateado por ter voltado como reserva. Veio o interesse do Palermo por empréstimo e, como tenho dupla cidadania, aceitei”, contou.
Depois, o jogador passou três temporadas na Roma até chegar ao Chelsea, em 2017, onde venceu títulos importantes: Europa League, Copa da Inglaterra e Champions League.
JORGINHO
É o único do trio que nunca jogou profissionalmente no Brasil, tendo construído quase toda a carreira na Itália. Apesar de ter brilhado por várias temporadas com a camisa do Napoli, o volante nunca foi convocado pela seleção brasileira.
“A seleção brasileira sempre vi como uma coisa muito distante, pelo fato de nunca ter atuado no Brasil profissionalmente e ter chego aqui com 15 anos de idade. Então, como a Itália abriu as portas para mim, eu não podia fechar. Pesou muito essa questão de ter vindo bem cedo”, disse Jorginho à ESPN, em 2018.
Quando, enfim, chamou a atenção da CBF, recebeu um convite para jogar pela Azzurra, em 2017.
“Existiu uma conversa com o Edu Gaspar. Na realidade, essa questão foi muito de momento. Por que? A seleção tinha o Casemiro e o Fernandinho, que são dois excelentes jogadores. Eram três jogadores para duas vagas. Se fosse uma coisa mais para o futuro era possível que o Jorginho fosse para a seleção. Por ter o passaporte italiano em mãos, ele poderia optar por uma ou outra seleção”, explicou o empresário de Jorginho, João Santos, à ESPN, em 2018.
O meia estreou pela Itália na repescagem para a Copa do Mundo de 2018 contra a Suécia. Desde então, é presença constante na equipe e destaque da atual edição da Eurocopa.
Natural de Imbituba-SC, Jorginho começou no futebol com sua mãe, Maria Tereza, que foi sua primeira treinadora na praia. Aos 16 anos, o meia foi levado ao Hellas Verona-ITA e morou por um tempo em um antigo mosteiro que tinha fama de mal-assombrado.
Depois de ser emprestado ao Sambonifacese, da terceira divisão italiana, ele voltou ao Verona e se destacou. Após duas temporadas e meia, foi para o Napoli a pedido do treinador Rafa Benítez. A partir da chegada de Maurizio Sarri, em 2015, o futebol do brasileiro ganhou projeção na Europa.
O jogador de 29 anos, inclusive, foi cobiçado por vários clubes da Inglaterra antes de acertar com o Chelsea, pelo qual faturou a Europa League e a Champions League. Agora, coloca mais um importante troféu no currículo.