Por meio de um convênio com a Fundação de Saúde Itaiguapy, administradora do Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), a Itaipu Binacional está investindo R$ 4 milhões na reforma e ampliação do Centro de Medicina Tropical (CMT) da Tríplice Fronteira, em Foz do Iguaçu (PR). As obras para a ampliação do Laboratório de Saúde Única do CMT começaram no dia 14 de julho.
A ideia é transformar o novo espaço em um centro de referência para diagnóstico de alimentos e de sanidade animal, que são pilares para a economia rural, oferecendo exames de biologia molecular, microbiológicos e físico-químicos de alta qualidade.
O convênio entre a Itaipu e a Fundação prevê a ampliação dos serviços do CMT, incluindo 345,19 m² de reformas na atual estrutura localizada na Avenida Araucária, na Vila A, e 74,25 m² de novas edificações, além de aquisição de equipamentos, mobílias e insumos. Com a ampliação, o CMT poderá atender a agroindústrias de laticínios, importadoras de alimentos, abatedouros, entre outras cooperativas que atuam no setor do agronegócio.
Segundo o gerente da Unidade, Robson Delai, o Oeste do Paraná é a região que concentra o maior rebanho de suínos do estado e uma das maiores cadeias de produção de frango do mundo, abrigando grandes cooperativas do País. Também produz carne bovina e leite. “Exames de sanidade que hoje são feitos fora da região, com um custo maior e demora na obtenção de resultados, poderão ser feitos no laboratório do CMT”, explicou.
Os novos exames servem para diagnosticar tanto as enfermidades mais comuns em frangos, bovinos e suínos, como a salmonelose (infecção provocada pela bactéria salmonela) ou doenças do aparelho respiratório, até doenças mais raras e inexistentes no Paraná (como peste suína). Outro serviço que deverá ser oferecido é o monitoramento da qualidade e sanidade do leite produzido na região.
“Estes resultados auxiliarão nos serviços como o do Ministério da Agricultura e da Secretaria de Saúde do Paraná, e dos municípios da área de influência da Itaipu, e de agricultores e produtores rurais”, enfatizou o diretor superintendente da Fundação Itaiguapy, Fernando Cossa.
Segundo o diretor, a ampliação irá favorecer especialmente as cooperativas que trabalham com a exportação de carnes. “Com o credenciamento do laboratório, laudos oficiais, com selo do Ministério da Agricultura, poderão ser emitidos em menos de 24 horas, dando agilidade a processos de movimentação e liberação de cargas”, completou.
O diretor geral-brasileiro da Itaipu Binacional, general João Francisco Ferreira, destacou a responsabilidade da empresa com o desenvolvimento territorial e a importância do agronegócio para a economia da região. “Com esse investimento, a Itaipu está dando uma importante contribuição que terá reflexos positivos na geração de receitas para os produtores rurais da região”, afirmou Ferreira.
Mais sobre o CMT
Quando pensado, o Centro de Medicina Tropical (CMT) possuía um único objetivo: dar agilidade a processos de análises laboratoriais epidemiológicas em Foz do Iguaçu e região trinacional. Quatro anos depois de inaugurado, o CMT cumpre seu papel com destaque e relevância no campo da pesquisa, além de, atualmente, ser referência em outros tipos de análises, graças a uma metodologia própria, parcerias importantes e equipe qualificada.
De início, o Centro de Medicina era um local para análises epidemiológicas, principalmente, de doenças causadas pelos chamados arbovírus, causadores de doenças como a dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela.
Com a pandemia do novo coronavírus, o SARS-COV-2, decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Centro de Medicina Tropical passou a ter um papel ainda mais importante para o Hospital Ministro Costa Cavalcanti e também toda a 9ª Regional de Saúde do Paraná. Em março de 2020, o CMT foi o primeiro laboratório do interior do estado a ser autorizado pelo Laboratório Central (Lacen/PR) para realizar diagnósticos dos testes para covid-19. Desde então, mais de 75 mil amostras já foram analisadas.
Atualmente, o laboratório é referência também na análise de outras amostras de vírus presentes em animais, alimentos e humanos, processos que já estão em execução e justificam a ampliação do CMT em 2021.
(Da Redação com JIE – Foto: Rubens Fraullini / Itaipu Binacional)