Se as três anteriores já não tinham sido grande coisa, a mobilização realizada no último sábado (24) teve adesão ainda mais pífia, envolvendo um número bem menor de cidades e reunindo apenas pequenos grupos de gatos pingados aqui e ali.
Em São Paulo, que sempre serve para medir a temperatura da aprovação ou desaprovação das lideranças políticas do país, o evento foi uma tremenda decepção para os organizadores, além de terminar, como sempre, em atos de vandalismo.
Enfim, os protestos não fizeram nem cócegas no Palácio do Planalto, que torce, é claro, para que os adversários sigam dando tiros nos próprios pés.
Passeatas em apoio ou contrárias a qualquer governo só se sustentam por um longo tempo quando são espontâneas e expressam um legítimo sentimento popular, sem o artificialismo de movimentos claramente orquestrados como esses.
Por sinal, quem olha os esquerdistas das mais variadas correntes ideológicas esbravejando juntos nas ruas talvez possa imaginar que eles estarão todos abraçados no mesmo palanque na eleição presidencial de 2022.
Ledo engano.
Já lançado na disputa pelo PDT, Ciro Gomes trata de deixar essa possibilidade cada dia mais distante nas entrevistas em que se refere ao ex-aliado Lula.
Sem papas na língua, como é do seu feitio, e sem medo de destruir as pontes após atravessar o rio, ele não cansa de repetir que o petista é “parte central da corrupção”. E enfatiza: “Lula é o maior corruptor da história moderna brasileira. E não aprendeu nada. Fica na lambança, prometendo a volta de um passado idílico que é mentira”.
Pelo menos dessa vez Ciro está falando a verdade.