Pela primeira vez na história, os cubanos saíram às ruas aos milhares em dezenas de cidades, enfrentando corajosamente uma violenta repressão das forças de segurança, para não só protestar contra a falta de comida e medicamentos, incluindo vacinas para combater a pandemia da Covid, mas também para clamar por liberdade e pedir o fim do comunismo que assola a ilha caribenha há mais de seis décadas.
Autorizados e instigados pelos governantes, policiais atiraram sem dó nem piedade na direção dos manifestantes. Muitos foram feridos e há também relatos de mortes. São inúmeros os presos e desaparecidos. Redes sociais, linhas de telefone e aplicativos de mensagens foram bloqueados.
Diante de tudo isso, alheios ao sofrimento do povo cubano, presidentes e políticos esquerdistas da América Latina não hesitaram em declarar apoio à ditadura sanguinária fundada por Fidel Castro.
Repetindo a ladainha do regime comunista, que sempre tentou jogar nos Estados Unidos a culpa pela própria ineficiência e brutalidade, Lula afirmou que, não fosse o embargo econômico americano, Cuba seria uma Holanda.
Trata-se, obviamente, de mais uma ultrajante e providencial mentira do petista.
Não ouviremos nunca ele admitir que o embargo foi uma resposta legítima ao confisco de propriedades de americanos após a revolução de 1959 e que a medida jamais impediu Cuba de importar alimentos e remédios dos Estados Unidos.
Aliás, entre janeiro e maio deste ano, a ilha importou 134 milhões dólares do vizinho, incluindo a maior parte do frango que consome.
“E só não compra mais porque não tem dinheiro ou porque ninguém quer emprestar”, diz o economista cubano Carlos Seiglie.
Além do mais, como lembra o jornalista Duda Teixeira em reveladora reportagem publicada na revista Crusoé, o bloqueio não proíbe o país de fazer comércio com o resto do mundo. Os chineses importam uma quantia fixa de açúcar todo ano. A Venezuela paga por serviços médicos e vende petróleo à ilha, que é tratado na refinaria de Cienfuegos e exportado para outras nações, contornando as restrições americanas.
Empresas espanholas e francesas administram os principais hotéis. As minas de cobre e níquel são exploradas por uma companhia canadense. O tabaco é exportado para dezenas de países. E por aí vai.
Seria de se esperar que todos esses negócios melhorassem a miserável qualidade de vida da população. Impossível. Os cubanos que trabalham para o estado, o grande empregador da ilha, ganham 20 dólares por mês. Cerca de 100 reais. O resto vai para o bolso dos militares e oficiais do Partido Comunista.
Em uma curta nota sobre os protestos, o presidente americano Joe Biden foi direto ao ponto: “Os Estados Unidos conclamam o regime cubano a ouvir seu povo e a atender suas necessidades neste momento vital, em vez de buscar se enriquecer”.
Que os históricos eventos de julho sejam o começo do fim do longo e tenebroso pesadelo que aflige os cubanos.