O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (4), em entrevista a uma emissora de rádio, que só vai tomar vacina contra covid-19 que permita viajar o mundo todo. Ele descartou a possibilidade de ser imunizado com a Coronavac e voltou a afirmar que será o último a se vacinar.
“Vou tomar a vacina que possa entrar no mundo todo. Não posso tomar essa vacina lá de São Paulo que não está aceita na Europa nem nos Estados Unidos. Eu viajo o mundo todo, tenho de tomar a específica aceita no mundo todo”, disse em entrevista à Rádio 96 FM, de Natal (RN).
A Coronavac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, já teve o uso emergencial aprovado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e é usada não só no Brasil, mas também na China, Uruguai, Chile e Turquia, entre outros países.
Na Europa, o Parlamento Europeu aprovou a adoção de um certificado digital que facilita as viagens dentro dos 27 países da União Europeia, conhecido como passaporte da vacina. Pessoas que tomaram as vacinas aprovadas pela EMA (Agência Europeia de Medicamentos) – os imunizantes da AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Moderna e Janssen – podem obter o certificado. A agência informou em maio que analisa a Coronavac, ainda sem ter feito uma deliberação definitiva sobre o tema.
Não é necessário estar vacinado para obter o certificado, no entanto. O passaporte da vacina também armazena o resultado de testes negativos RT-PCR ou atestado de recuperação da covid-19. Cada país da União Europeia criou regras específicas sobre outras possíveis formas de acesso a quem não foi vacinado ou a quem tomou vacinas que não estão entre as previstas pela agência europeia.
Nos EUA acontece situação semelhante, já que o FDA, órgão responsável por aprovar medicamentos, ainda não deliberou sobre aprovação ou recusa da vacina fabricada pela fabricante chinesa Sinovac, no Brasil chamada de Coronavac e produzida em parceria com o Instituto Butantan.
O presidente voltou a afirmar nesta quarta que será o último a se vacinar. “Eu serei o último da fila. Não é justo o chefe de estado tomar na frente do cidadão comum”, disse.