Mas também é, no jargão político, um “contrabando” que os parlamentares fazem ao inserir em uma proposta legislativa um tema sem relação com o texto original.
Usam essa estratégia em medidas provisórias para passar assuntos de seu interesse aproveitando a sua tramitação mais rápida, já que elas têm prazo para serem votadas e não perder efeito, ao contrário de outros tipos de projetos, que podem levar anos para chegar a uma decisão.
O termo vem de uma frase atribuída ao ex-presidente da Câmara Federal Ulysses Guimarães, que dizia que “jabuti não sobe em árvore. Se está lá, ou foi enchente ou foi mão de gente”.
Pois a mais recente tentativa de colocar jabuti em árvore ocorreu durante a votação, na semana passada, da MP que renovou o programa de redução ou suspensão de salários com o pagamento de um benefício emergencial aos trabalhadores, ainda por conta da Covid-19.
Um dos destaques, apresentado pelo partido Solidariedade, mas, felizmente, derrubado pelos deputados, previa o retorno do abominável imposto sindical.
Até ser extinto, na Reforma Trabalhista de 2017, o tributo era cobrado compulsoriamente dos empregados, mesmo contra a vontade deles, para bancar as atividades dos sindicatos laborais, de onde era desviado em grande parte para os bolsos de seus dirigentes e para financiar greves, protestos e vandalismos promovidos por movimentos e siglas de esquerda.
Entidades empresariais precisam manter-se atentas aos movimentos do Congresso Nacional para não serem apanhadas de surpresa e conseguir mobilizar a tempo suas bases parlamentares para barrar novas iniciativas de ressureição do monstro.
Não se iludam e não relaxem: será uma luta eterna.
Ao menor cochilo, o bicho volta.