O crescimento do turismo mundial continua a superar o da economia global pelo nono ano consecutivo.
Mesmo com a pandemia, a previsão de instituições internacionais é que as chegadas internacionais, que atingiram 1,5 bilhão em 2019, devem chegar a 1,8 bilhão até 2030.
Para isso, é necessário que esse crescimento seja sustentável, inclusivo e que contribua positivamente para as comunidades, ecossistemas naturais e patrimônio cultural.
Em maio deste ano, o Conselho Europeu recomendou que os Estados Membros compartilhem sua visão, ideias e projetos potenciais sobre como o ecossistema do turismo pode contribuir para alcançar os objetivos do Acordo Verde na Europa, alinhado com o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.
“Em linha com os princípios da transição justa, implementando instrumentos para modernizar os modelos de negócios de turismo e gestão de destinos e levar novos passos no caminho para a descarbonização, mais eficiência de recursos e promoção de economia circular no turismo”.
O WTTC (World Travel and Tourism Council) – Conselho Mundial de Viagens e Turismo, em português – que é um fórum para a indústria de viagens e turismo e trabalha com os governos para aumentar a conscientização sobre o setor de viagens e turismo, tem trabalhado com uma série de iniciativas sustentáveis com associações e organizações líderes para garantir que viagens e turismo beneficiem pessoas e empresas, bem como a natureza e o meio ambiente.
As iniciativas da WTTC incluem: tráfico humano; gestão de destino; comércio ilegal de animais selvagens; redução de produtos plásticos de uso único; liderança de sustentabilidade; inclusão; diversidade e impacto social; ação climática e ambiental; relatório de sustentabilidade e futuro do trabalho.
MUDANÇAS PARA O TRABALHO
Vale um destaque para o item futuro do trabalho. O turismo sempre foi um setor que muda significativamente a vida das pessoas e das comunidades que atinge. Não apenas cria empregos, mas reduz a pobreza e a desigualdade e enriquece as comunidades tanto econômica quanto socialmente.
Em 2019, 330 milhões de pessoas trabalhavam no setor, sendo as viagens e turismo responsáveis por 1 em cada 4 novos empregos criados nos últimos cinco anos. Já em 2020, por conta da pandemia, mais de 62 milhões de pessoas ficaram desempregadas de todo o ecossistema do turismo.
“À luz do impacto devastador da Covid-19 para o setor, há uma necessidade urgente de se unir para recuperar as centenas de milhões de empregos perdidos e meios de subsistência afetados e continuar apoiando os milhões que se beneficiam do setor reconstruindo juntos de forma mais sustentável e responsável”, pontou a organização, ao destacar que 54% dos empregos no turismo mundial são formados por minorias, jovens e mulheres, além disso fomenta o empreendedorismo, já que 80% do setor é constituído por pequenas e médias empresas.
Enquanto o setor estava em espera, os cidadãos do mundo foram revigorados para enfrentar a sustentabilidade social e ambiental, proporcionando uma oportunidade única de aproveitar este novo impulso para acelerar mudanças significativas em viagens e turismo que farão uma diferença duradoura para as gerações futuras e para o planeta.
AGENDA DO FUTURO SUSTENTÁVEL
Os Estados Membros do Conselho Europeu devem apresentar, até ao final deste ano, uma agenda europeia para o turismo 2030/2050, concebida em conjunto, com vistas a apoiar as transições ecológica e digital do ecossistema do turismo, e a reforçar a sua competitividade. Para desenvolver um turismo sustentável, responsável e resiliente políticas e estratégias estão sendo traçadas, com base em evidências sólidas e no monitoramento do impacto sobre níveis global, nacional e regional, incluindo:
1 – Rumo a um turismo e a uma conduta empresarial sustentável e responsável;
2 – Melhorar a conectividade e as viagens sustentáveis multimodais, levando em consideração as áreas transfronteiriças, rurais, insulares, periféricas e despovoadas, bem como as regiões ultraperiféricas;
3 – Promoção do turismo costeiro e marítimo sustentável como parte integrante do ecossistema turístico e da economia azul, e seu bom funcionamento depende da forte cooperação entre as autoridades e o setor marítimo das partes interessadas;
4 – Promoção de novas tecnologias, digitalização e compartilhamento de dados para melhorar o desempenho das empresas de turismo, o valor dos destinos turísticos, compreender e atender às necessidades crescentes e emergentes dos consumidores de turismo e adaptar-se aos seus usos e práticas, enriquecer a experiência turística de ponta a ponta, melhorar o desenvolvimento do turismo, planejamento e gestão inteligente dos fluxos de turismo, além de fornecer viagens, comunicação mais fácil e desenvolvimento turístico integrado.