Um cidadão do Paquistão chamado Muhammad Fahd foi condenado nos Estados Unidos a 12 anos de prisão por liderar uma organização criminosa que gerou mais de US$ 200 milhões em perdas para a operadora telefônica AT&T.
O homem de 35 anos é o responsável por um elaborado esquema de desbloqueio de aparelhos vinculados aos planos da operadora, que custam menos do que os modelos sem contratos, posteriormente revendendo os dispositivos a um valor mais alto. Para realizar o procedimento, ele chegou até a subornar funcionários e instalar um malware nos sistemas da companhia.
O juiz responsável pelo caso concluiu que Muhammad cometeu um “cibercrime terrível por um longo período”.
Entendendo a fraude
Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, os golpes de Muhammad começaram em julho de 2012, quando ele entrou em contato com um funcionário da AT&T pelo Facebook usando um nome falso. Ele ofereceu dinheiro ao colaborador para que ele o ajudasse a fazer o desbloqueio e recrutar mais pessoas que trabalhavam no local.
O grupo criou empresas-fantasma para receber os pagamentos dos clientes pelos aparelhos desbloqueados, disfarçados como serviços legalizados.
Um ano depois, quando a AT&T melhorou o sistema de segurança contra essas práticas, o crime foi além: o rapaz contratou um desenvolvedor para criar um malware que foi instalado nos sistemas da operadora e facilitava o acesso ao desbloqueio, além de espionar as máquinas em busca de informações confidenciais.
Ao todo, mais de 1,9 milhão de telefones foram desbloqueados, o que gerou o cálculo de prejuízo da AT&T. Descoberto em 2015 após uma investigação interna que gerou a demissão dos funcionários envolvidos, o esquema foi apenas desmantelado pelas autoridades em 2017. Mohammad foi preso em Hong Kong no ano seguinte e, em julgamento, ele se declarou culpado.