No ecossistema do Parque Tecnológico Itaipu – Brasil, uma das instituições que habitam o espaço é o CIBiogás – Centro Internacional de Energias Renováveis. Nascida em 2013, mediante uma demanda da Itaipu Binacional, hoje é uma consolidada Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT), em formato de associação, que contribui para o ganho de mercado e avanço tecnológico da cadeia produtiva do biogás, promovendo um setor mais sustentável e competitivo, com novos arranjos tecnológicos, incluindo análise de ambiente regulatório e políticas públicas.
A história do CIBiogás está interligada à do PTI. Na época, há mais de 10 anos atrás, a usina precisava solucionar uma questão que poderia vir a se tornar um problema: a eutrofização do Lago de Itaipu. Processo esse caracterizado pela poluição de corpos d’água, como rios e lagos, que acabam adquirindo uma coloração turva ficando com níveis baixíssimos de oxigênio dissolvido na água. Isso provoca a morte de diversas espécies animais e vegetais, e tem um altíssimo impacto para os ecossistemas aquáticos.
Além de solucionar esta questão, era preciso pensar no problema originário: os dejetos dos animais, que era o motivo-causa da eutrofização. E assim surgiu, em 2008, a Assessoria de Energias Renováveis (ER.GB) da Itaipu Binacional, com Memorando de Entendimento assinado entre UNIDO, Eletrobrás e Itaipu, além do início do Projeto FINEP, para Geração Distribuída com a Granja São Pedro Colombari, projetos executados em conjunto com o PTI-BR. Três anos depois, foi feita a implantação do Laboratório de Biogás e o Centro de Estudos do Biogás. E, finalmente, após bons resultados, em 2013, a assinatura da ata de constituição do Centro Internacional de Energias Renováveis – CIBiogás, que se tornou um dos centros de competência do Parque.
O laboratório passou por inúmeros outros marcos como a implantação da Unidade de Demonstração de Biogás e Biometano da Itaipu Binacional, em 2017; Início dos projetos de Microgrid, que possibilitam a prestação de serviços ancilares, de forma controlada e monitorada pela concessionária, realizando o controle da tensão e fator de potência, além de participar parcialmente da recomposição do sistema; Inauguração da Minicentral Termelétrica de Biogás em Entre Rios do Oeste (PR), em 2019, que abastece diversos prédios públicos com energia derivada do biogás no município; Início das obras da Central de Bioenergia de Toledo, em 2020.
Recentemente, outro resultado da parceria entre as instituições são os estudos “Power to X”, que é um conceito que propõe o desenvolvimento de tecnologias para a produção de combustíveis e compostos químicos utilizando energia e matérias-primas renováveis e com balanço neutro de carbono, a fim de substituir os produtos de origem fóssil. Uma parceria firmada entre o Parque e o CIBiogás, com cooperação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que busca integrar o movimento de desenvolvimento da cadeia PtX no Brasil e pretende viabilizar tecnologias escalonáveis que utilizem o biogás como principal matéria-prima para a produção de hidrogênio verde e hidrocarbonetos renováveis importantes para a nossa economia, como o diesel e o bioquerosene de aviação.
O RECURSO MAIS IMPORTANTE DA PARCERIA: AS PESSOAS
Para quem tem sua história escrita de forma concomitante a do Cibiogás, a expectativa é que a associação se mantenha com papel de relevância no setor energético brasileiro. A fala é da Juliana Somer, que é colaboradora da instituição há mais de 10 anos, e gosta de lembrar que antes de o CIBiogás ser CIBiogás, ela já estava por lá. “Lembro das primeiras discussões, quando da criação do Centro, que o discurso era de que nos tornaríamos uma referência em biogás”, comenta a gestora da área de operações. “Era desafiador pensar que uma instituição que sequer existia, tinha essa meta de ser referência num assunto relativamente novo no Brasil, e hoje, ver que temos cumprido esse desafio, com muito trabalho, mas de uma maneira muito natural, é bem empolgante”.
Hoje, com 34 associados (incluindo o Parque Tecnológico Itaipu, que é associado fundador mantenedor), o “CIBI”, como é carinhosamente chamado, têm como missão expandir-se a cada ano, o que está diretamente relacionada ao ganho de mercado, competitividade e com a modernização da matriz energética nacional. Para Juliana, PTI e CIBiogás têm uma relação de sucesso. “Somos instituições parceiras, com propósitos na mesma direção. Juntos, somamos forças”.
E mais uma das ligações entre o PTI e o CIBiogás, é um dos nomes de peso dentro do ecossistema, o Rodrigo Regis, colaborador do Parque há 11 anos, que, cedido à associação, foi presidente por 6 anos, e voltou ao PTI, em 2020, como diretor de negócios e inovação.
“Todo este resultado se deve ao comprometimento, a disciplina, a resiliência aliada a criatividade e maturidade da equipe na elaboração e execução do planejamento estratégico da organização”, salienta Regis. “O CIBiogás alcança sua missão e seus objetivos institucionais com projetos econômicos que impactam positivamente no meio ambiente, impulsionando o desenvolvimento sustentável regional, apoiando o empreendedorismo e gerando energia limpa e renovável”.
Além de ser uma associação, o CIBiogás também reforça a importância da capacitação neste mercado, tendo, atualmente, uma plataforma para a capacitação de novos agentes no ramo do biogás. Recentemente o Centro lançou uma pós-graduação digital em conjunto com a UnoChapecó, focada em gestão estratégica de negócios.