Internacional: CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU CONVOCA REUNIÃO EMERGENCIAL SOBRE INVASÃO DA UCRÂNIA

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou, neste domingo (27), uma reunião emergencial da Assembleia-Geral, com 193 países membros para tratar da invasão da Ucrânia pela Rússia.

O encontro será realizado nesta segunda-feira (28), enquanto aliados ocidentais intensificam uma campanha diplomática para isolar Moscou.

A votação do conselho de 15 membros foi processual para que a Rússia não pudesse exercer seu veto. Uma resolução convocando a sessão da Assembleia Geral foi adotada com 11 votos sim. A Rússia votou contra, enquanto China, Índia e Emirados Árabes Unidos se abstiveram. O Brasil foi a favor.

Espera-se que a Assembleia-Geral vote uma resolução semelhante na quarta-feira (1º), disse a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, ao Meet the Press da NBC neste domingo. Nenhum país tem direito a veto na Assembleia-Geral.

“Calmaria” em Kiev

A capital ucraniana teve uma noite “calma” neste domingo (27), disse o Conselho da Cidade de Kiev na manhã de segunda-feira (28) – mas as autoridades alertaram os moradores para permanecerem em casa enquanto os combates continuam.

“No geral, a noite passada foi calma, excluindo algumas brigas com grupos de sabotagem e reconhecimento. No entanto, a cidade estava ocupada preparando sua defesa. Veremos fortificações, armadilhas para tanques e outras estruturas defensivas que apareceram nas ruas de Kiev”, disse o conselho em comunicado.

Mercearias e transporte público em Kiev estão abertos desde às 8 h, horário local, embora o metrô funcione com menor frequência do que o normal.

Batalha em Mariupol

De acordo com a agência de notícias Reuters, houve combates em torno da cidade portuária ucraniana de Mariupol durante a noite passada. A informação teria sido passada por Pavlo Kyrylenko, chefe da administração regional de Donetsk, pela televisão nesta segunda-feira (28).

Ele não disse se as forças russas ganharam ou perderam terreno e nem forneceu números de baixas.

O que de mais importante aconteceu no final de semana

  • O prefeito da cidade de Berdyansk, na costa sul da Ucrânia, disse que as forças russas entraram e assumiram o controle da cidade
  • A Ucrânia e a Rússia concordaram em realizar um encontro na segunda-feira (28) na fronteira com Belarus para discutir o conflito, segundo o presidente Volodymyr Zelensky
  • O Conselho de Segurança da ONU aprovou a convocação de uma reunião emergencial da Assembleia-Geral da organização
  • O Ministério de Relações Exteriores do Brasil anunciou que cerca de 100 brasileiros ainda estão na Ucrânia e 80 já saíram do país
  • A Ucrânia resistiu e repeliu ataques da Rússia, em especial contra a capital Kiev, de acordo com o presidente do país
  • EUA, União Europeia, Reino Unido, Canadá e Japão decidiram excluir a Rússia do Swift, um sistema global de pagamentos
  • A União Europeia estabeleceu uma série de sanções contra a Rússia, como o fechamento do espaço aéreo para aeronaves do país
  • Ao falar sobre a guerra na Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o país opta pela “neutralidade”
  • O chefe do diplomacia da UE, Josep Borrell, anunciou que o bloco fará novas sanções contra a Rússia na segunda-feira, com foco na elite do país
  • A segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, foi palco de uma nova investida russa, com a explosão de um gasoduto
  • A Fifa proibiu a Rússia de usar hino, bandeira e sediar jogos
  • O enviado especial da CNN Mathias Brotero mostrou refugiados deixando Kiev rumo a Varsóvia em trens lotados
  • Milhares de manifestantes se reuniram na Europa para protestar contra ataque russo à Ucrânia
  • O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou que o país destinará mais de 2% do PIB para defesa
  • O governo ucraniano anunciou o fechamento de fronteiras com a Rússia e Belarus
  • Países da Europa anunciaram o envio de reforços e armas para a Ucrânia em meio à invasão da Rússia
  • Um prédio residencial em Kiev foi atingido por um míssil, em meio à investida russa contra a cidade
  • A Casa Branca cobrou da China uma condenação à invasão da Ucrânia pela Rússia

Google desativa temporariamente dados de tráfego ao vivo do Maps na Ucrânia

Google, da Alphabet, confirmou neste domingo que desativou temporariamente na Ucrânia algumas ferramentas do Google Maps que fornecem informações ao vivo sobre as condições do trânsito e a movimentação de diferentes lugares.

A empresa disse que tomou medidas para a segurança das comunidades locais no país, após consultar fontes, incluindo autoridades regionais. A Ucrânia está enfrentando ataques de forças invasoras russas.

Imagens de satélite mostram avanço russo em direção a Kiev

Enquanto os ucranianos continuam a repelir os avanços russos em Kiev, novas imagens de satélite mostram que um comboio militar russo de mais de 4,8 quilômetros de comprimento está em uma estrada que segue em direção à capital.

De acordo com Maxar, o comboio foi visto em imagens de satélite no domingo por volta das 10h56, no horário local, na estrada P-02-02 perto de Ivankiv, que fica a cerca de 60 quilômetros a noroeste da capital ucraniana. A estrada P-02-02 vai em direção a Kiev.

A Maxar identificou caminhões de combustível e logísticos, além de tanques, veículos de infantaria e artilharia autopropulsada que circulavam no comboio.

Ministério do Interior ucraniano atualiza número de civis mortos

O número de pessoas mortas na Ucrânia após a invasão russa é de 352 civis, afirmou o Ministério do Interior da Ucrânia neste domingo.

Pelo menos 14 dos mortos são crianças, segundo o ministério. Outras 1.684 pessoas, incluindo 116 crianças, ficaram feridas.

Ainda neste domingo, Oleksandr Svidlo, prefeito interino da cidade de Berdyansk, na costa sul da Ucrânia, disse que as forças russas entraram e assumiram o controle da cidade.

Berdyansk, que tem uma pequena base naval, tem uma população de cerca de 100 mil habitantes.

O prefeito disse que os funcionários foram solicitados a continuar trabalhando, “mas sob o controle de homens armados. Considero esta proposta inaceitável, então nós, como todos os membros do quartel-general operacional, deixamos o prédio do comitê executivo”.

União Europeia anuncia envio de armas para a Ucrânia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Josep Borrel, chefe da diplomacia da União Europeia (UE), anunciaram neste domingo que o bloco enviará armas para a Ucrânia.

“Pela primeira vez, a UE financiará a compra e entrega de armas e equipamentos a um país sob ataque”, afirmou Von der Leyen. Mais cedo, a Alemanha havia anunciado que cederá armas para a Ucrânia

“É nosso dever fazer o possível para apoiar a Ucrânia em sua defesa contra o exército invasor de Putin. Por isso, estamos entregando mil armas antitanque e 500 mísseis Stinger para nossos amigos na Ucrânia”, informou o chanceler alemão Olaf Scholz, pelo Twitter.

A União Europeia também irá banir voos, impor novas sanções a Belarus e proibir canais de propaganda russos. As medidas são uma retaliação ao governo do presidente Vladimir Putin, que nesta semana iniciou uma invasão contra o território da Ucrânia.

“Primeiro, estamos fechando o espaço aéreo da UE para aeronaves de propriedade russa, registradas na Rússia ou controladas pelo país. Elas não poderão pousar, decolar ou sobrevoar o território da União Europeia”, disse. “Incluindo os jatos particulares dos oligarcas”.

Dessa forma, o espaço aéreo da União Europeia estará fechado para a Rússia.

Putin ordenou que seu comando militar coloque unidades que incluem armas nucleares em alerta máximo. Putin citou como argumento “declarações agressivas” de líderes da Otan e sanções econômicas contra Moscou.

“Como você pode ver, não só os países ocidentais tomam medidas hostis contra nosso país na dimensão econômica – quero dizer as sanções ilegais que todos conhecem muito bem –mas também os altos funcionários dos principais países da Otan se permitem fazer declarações agressivas ao nosso país”, disse Putin na televisão estatal.

Outra medida também será tomada pela União Europeia. Ursula declarou que as estatais russas Today e Sputnik, e suas subsidiárias, “não poderão mais espalhar suas mentiras para justificar a guerra de Putin”.

Zelensky confirma encontro com russos na fronteira de Belarus

Neste domingo (27), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou um encontro para tratativas com a Rússia sobre a atual situação no país, que enfrenta ataques russos desde a última quinta-feira (24).

Segundo o vice-ministro do Interior da Ucrânia, Evgeny Yenin, as conversas entre as delegações ocorrerão na manhã desta segunda-feira (28), no horário local.

O gabinete de Zelensky informou que o presidente de Belarus, Aleksander Lukashenko, telefonou neste domingo a Zelensky. O encontro será na fronteira entre os dois países, nas proximidades do rio Pripyat.

“Os políticos concordaram que a delegação ucraniana se reunirá com a delegação russa sem pré-condições na fronteira da Ucrânia com Belarus, perto do rio Pripyat”, disse seu gabinete.

Segundo a Ucrânia, Lukashenko garantiu que os militares permanecerão em solo, sem atividades, durante a viagem da delegação, no momento da reunião e durante o retorno.

“Aleksander Lukashenko assumiu a responsabilidade de garantir que todos os aviões, helicópteros e mísseis estacionados no território bielorrusso permaneçam no solo durante a viagem, reunião e retorno da delegação ucraniana”, diz o gabinete.

Mais cedo, a Ucrânia recusou um convite para negociações com a Rússia em Belarus, mas afirmou que estava aberta ao diálogo.

Biden se reunirá com aliados

O presidente dos EUA, Joe Biden, fará uma ligação com aliados dos EUA na manhã de segunda-feira para discutir a situação na Ucrânia e sua resposta coordenada, segundo a Casa Branca.

A chamada acontecerá às 11h15 do horário local.

No domingo, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e seus colegas do G7 “ressaltaram” a “resposta unificada à invasão da Rússia”, em uma ligação com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, de acordo com uma leitura do Departamento de Estado.

Queremos afetar a elite russa que apoia Putin, diz chefe de diplomacia da UE

O vice-presidente da Comissão Europeia Josep Borrell, responsável pela diplomacia da União Europeiaanunciou neste domingo que o bloco vai anunciar novas sanções contra a Rússia na segunda-feira (28) devido à continuidade da invasão da Ucrânia, e que os próximos alvos serão empresários russos.

“Queremos afetar a elite russa, que apoia Putin e se beneficia desse regime, e além desse pacote de sanções, temos outras sanções que focam em corrupção e desinformação”, afirmou Borrell.

As novas sanções também deverão mirar figuras politicas “que têm um papel chave no governo de Putin, e que disseminam propaganda política e militar”.

Borrell destacou que a decisão de banir a Rússia do Swift precisará ser implementada antes da segunda-feira, quando os bancos centrais ao redor do mundo retomam os seus trabalhos.

Itamaraty anuncia envio de funcionários a Varsóvia para auxiliar brasileiros

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou neste domingo (27) o envio de oito funcionários para Varsóvia, cidade na Polônia que tem recebido pessoas que fugiram da Ucrânia, incluindo brasileiros.

O objetivo, segundo a pasta, é auxiliar os brasileiros que estão na cidade. A recomendação é que brasileiros próximos à fronteira entre Ucrânia e Polônia entrem em contato com o plantão do Itamaraty em Varsóvia, pelo número de telefone +48608094328.

Em nota à CNN, o Itamaraty informou que os servidores “já estão a caminho” de Varsóvia.

Pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro informou que 37 brasileiros e dois uruguaios chegaram à embaixada do Brasil na Romênia após partir de Kiev, e que todos estão bem de saúde.

Entre os integrantes do grupo estão alguns jogadores do time de futebol ucraniano Shaktar Donestky e seus familiares.

Segundo o presidente, o grupo recebeu “apoio integral” da União das Federações Europeias de Futebol (Uefa), que custou os custos de transporte rodoviário e de hospedagem na capital romena, Bucareste.

Casa Branca cobra da China condenação à invasão da Ucrânia

A Casa Branca cobrou neste domingo que a China condene a invasão da Ucrânia pela Rússia, enquanto o ataque de Moscou contra seu vizinho continua e o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a colocação das forças nucleares em alerta máximo.

“Não é hora de ficar de lado. É hora de falar e condenar as ações do presidente Putin e da Rússia invadindo um país soberano”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, em entrevista à MSNBC.

Fifa proíbe Rússia de usar hino, bandeira e sediar jogos

Em reposta aos ataques russos à Ucrânia, a Fifa anunciou neste domingo (27) uma série de sanções à seleção russa.

A entidade máxima do futebol determina:

  • Que qualquer competição internacional seja disputada em território russo. Partidas “em casa devem ser disputados em território neutro e sem espectadores;
  • A associação membro que representa a Rússia só deve participar da competição com o nome “União de Futebol da Rússia (RFU);
  • Nenhuma bandeira ou hino da Rússia pode ser utilizado em partidas que a equipe da União de Futebol da Rússia participe.

As determinações foram aprovadas em unanimidade pelo presidente da Fifa e das seis confederações que participam do Conselho da Fifa.

Polícia russa prende mais de 2 mil manifestantes

A polícia deteve mais de 2 mil pessoas em protestos na Rússia contra a invasão à Ucrânia neste domingo (27). Segundo um grupo de monitoramentos de protestos, as manifestações foram registradas em 48 cidades de todo o país.

Desde o início da operação militar, mais de 5.500 foram presas, de acordo com o monitor OVD-Info, que há anos documenta repressão à oposição russa.

Dentre os presos, um repórter do canal de televisão independente Dozhd que não conseguiu convencer os policiais mostrando seu credenciamento e colete de imprensa.

Nos protestos em Moscou, o número de agentes de segurança frequentemente superava a quantidade de manifestantes.

Milhares de pessoas em Berlim, capital da Alemanha, ocupam as ruas em manifestação contra a guerra na Ucrânia ocasionada após a invasão da Rússia.

Mais de 100 mil pessoas se reúnem no parque Tiergarten, localizado no centro da capital alemã, e em frente do Portão de Brandemburgo, localizado na Pariser Platz. Cartazes com corações decorados pela bandeira da Ucrânia, símbolos da paz e placas, além de dizeres, como “stop, Putin” (Pare Putin) são levantados pelos manifestantes.

As manifestações acontecem no mesmo dia em que o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou ao Parlamento alemão que destinará mais de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para defesa e que irá entregar armamentos para que a Ucrânia se defenda do ataque russo. Uma manifestação contra a guerra na Ucrânia também aconteceu em Madri, na Espanha.

Tropas russas explodem gasoduto em Kharkiv

Ainda neste domingo, tropas russas explodiram um gasoduto na cidade de Kharkiv, disse o serviço estatal de comunicações especiais e proteção de informações da Ucrânia. O Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia afirmou que um prédio residencial de nove andares na cidade foi atingido por “artilharia inimiga” na noite deste sábado, matando uma mulher.

O serviço de emergência disse que a edificação foi amplamente danificada e cerca de 80 pessoas foram resgatadas. A maioria estava abrigada na base.

Nesta manhã, no horário local, autoridades ucranianas informaram que tropas russas conseguiram entrar em Kharkiv. Batalhas foram travadas na região central da cidade.

A informação foi passada pelo chefe da Administração Estatal Regional de Kharkiv, Oleh Synehubov. Synehubov pediu aos moradores que fiquem em abrigos e não se saiam para nenhum lugar. Veículos russos entraram na cidade neste domingo, acrescentou.

“Os veículos do inimigo russo avançaram para a cidade de Kharkiv. Incluindo a parte central da cidade. Aviso! Não deixem seus abrigos!”, alertou o governador Synyehubov em um post no Facebook.

Trens lotados: enviado especial da CNN mostra refugiados deixando Kiev rumo a Varsóvia, na Polônia

A população ucraniana busca oportunidades de sair do país e encontrar refúgio junto aos países vizinhos, e Varsóvia, capital da Polônia, é um dos principais destinos. Cerca de 100 mil ucranianos já entraram na Polônia, e mais de 30 mil pessoas cruzam a fronteira entre os países por dia.

O repórter da CNN Mathias Brotero, enviado especial à Ucrânia, relatou como é feita a viagem dos refugiados deixando Kiev rumo a Varsóvia.

De trem, o transporte durou mais de 22 horas, com um início tenso, já que as luzes são apagadas para que não chamem a atenção da Rússia e virem possíveis alvos.

Ao chegar no país, os refugiados recebem doações, como alimentos e fraudas. Voluntários doam água, comida e roupas. Eles também recebem um passaporte carimbado, autorizando a entrada na capital da Polônia.

Segundo uma publicação da Organização das Nações Unidas (ONU) no Twitter, os números de refugiados da Ucrânia é de 368 mil “e continua a aumentar”.

Explosões iluminam o céu de Kiev na madrugada deste domingo

Duas fortes explosões iluminaram o céu do sudoeste de Kiev por volta de 1 h da manhã no horário local (20 h no horário de Brasília) já deste domingo (27) no país do Leste Europeu. As explosões pareciam estar a 20 quilômetros do centro da capital ucraniana. O céu noturno se iluminou por vários minutos. Assista abaixo:

As explosões podem ter ocorrido em torno de Vasylkil, cerca de 30 quilômetros ao sul de Kiev. A cidade tem um grande aeródromo militar e vários tanques de combustível.

Um incêndio em uma área de armazenamento de petróleo também foi visto na Base Aérea de Vasylkiv. A CNN verificou um vídeo do incêndio na área de armazenamento de petróleo a sudoeste da pista principal da base aérea.

Além da explosão, um forte tiroteio em um distrito ocidental de Kiev, na noite de sábado, matou um menino de seis anos e feriu várias outras pessoas, segundo um hospital local.

Serhii Chernysuk, médico do hospital Okhmatdyt, de Kiev, disse que os feridos incluem dois adolescentes e três adultos.

Porém, após os ataques da madrugada, a capital ucraniana amanheceu com uma suposta calmaria incomum, diferente do que foi registrado nos dias anteriores.

De acordo com a agência de notícias Reuters, citando fontes do governo, tropas russas foram vistas na cidade de Kharkiv, a segunda maior da Ucrânia.

Por volta das 8 h do horário local, 3 h em Brasília, sirenes voltaram a tocar em Kiev. Pouco tempo depois, uma explosão foi ouvida na cidade. Não há informações do que pode ter causado o estrondo.

Com o alerta das sirenes, a embaixada brasileira em Kiev enviou uma mensagem por telegram pedindo às pessoas para procurarem abrigo.

Ajuda de Austrália e França

A Austrália vai trabalhar com os membros da Otan para fornecer armas à Ucrânia, disse o primeiro-ministro Scott Morrison a repórteres no domingo.

A medida para intensificar o apoio ocorre depois que o primeiro-ministro disse, na sexta-feira (25), que o país forneceria equipamentos militares e suprimentos médicos “não letais”.

A França enviará combustível e equipamentos defensivos para apoiar a resistência ucraniana à invasão russa, disse o governo francês em comunicado no sábado, após uma reunião parcial do conselho de defesa nacional.

A declaração não deu mais detalhes sobre o equipamento defensivo, mas uma fonte do Elysée disse a jornalistas no sábado que isso poderia incluir armas antitanque.

Europa e EUA anunciam que bancos russos estão fora do sistema Swift

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou durante pronunciamento no início da noite deste sábado (26) que alguns bancos russos foram excluídos do sistema global de pagamentos, o Swift. A medida é uma retaliação ao governo do presidente Vladimir Putin, que nesta semana iniciou uma invasão contra o território da Ucrânia.

“Vamos paralisar os ativos do Banco Central da Rússia. Isso vai congelar as transações e vai tornar impossível para o Banco Central para liquidar ativos. E, finalmente, vamos proibir os oligarcas russos de utilizarem seus recursos financeiros em seus mercados”, disse von der Leyen.

A representante da comissão disse ainda que “todas essas medidas devem danificar a capacidade de Putin de financiar sua guerra” e que “elas também terão e terão impacto erosivo em usa economia”.

“Putin abraçou um caminho para destruir a Ucrânia, mas o que ele está fazendo, na verdade, é destruir o futuro de seu próprio país”, finalizou.

Ofensiva da guerra na Ucrânia

Mais cedo, também neste sábado (26), o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que suas tropas receberam ordens para retomar a ofensiva “em todas as direções”. Segundo o órgão, a medida foi decidida porque a Ucrânia “abandonou o processo de negociação” por um cessar-fogo. O governo ucraniano nega que tenha feito a recusa.

Um oficial militar Otan, por sua vez, afirma que a Rússia fala em pausa na negociação como desculpa para seu atraso no avanço da invasão à Ucrânia.

A versão russa

“[Na sexta-feira], depois que o regime de Kiev declarou sua prontidão para negociações, as hostilidades ativas nas principais direções da operação foram suspensas”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, major-general Igor Konashenkov, em um comunicado neste sábado (26).

“Depois que o lado ucraniano abandonou o processo de negociação, hoje todas as unidades receberam ordens para continuar sua ofensiva em todas as direções, de acordo com o plano de operação”.

As declarações do ministro da Defesa, também ecoadas pelo Kremlin, ocorreram depois que autoridades ocidentais disseram que a invasão russa não estava progredindo tão rápido quanto Moscou esperava.

A versão da Ucrânia, da Otan e dos Estados Unidos

Um representante da presidência ucraniana, no entanto, negou, na madrugada deste sábado, que o país tenha se recusado a negociar.

Um oficial militar Otan diz que “eles (russos) estão tendo problemas”, apontando para as informações mais recentes da aliança. “Eles não têm diesel, estão indo devagar e o moral é obviamente um problema.”

Questionado se os russos provavelmente intensificarão seus esforços, o funcionário disse: “Eles precisam, estão muito atrasados. Isso está ficando fora de controle para eles, cada dia adicional é muito doloroso.”

Na tarde de sábado, a velocidade do avanço da Rússia na Ucrânia diminuiu, provavelmente devido a dificuldades logísticas e “forte resistência ucraniana”, disse o Ministério da Defesa do Reino Unido em comunicado baseado em atualizações de inteligência.

A maioria das mais de 150.000 forças russas que se reuniram ao redor da Ucrânia agora estão lutando no país, mas essas tropas estão “cada vez mais frustradas por sua falta de impulso” enquanto enfrentam forte resistência ucraniana, disse um funcionário do Pentágono.

Mais cedo, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, disse que as forças do país “resistiram e repeliram com sucesso os ataques inimigos”. “Os combates continuam em diferentes cidades e regiões do nosso país”, disse.

“Nós arruinamos os planos deles (russos). Eles não têm vantagem sobre nós”, afirmou o presidente sobre a tentativa das tropas da Rússia em controlar Kiev, capital da Ucrânia. Explosões e tiros foram ouvidos durante a madrugada, enquanto as tropas russas avançavam sobre a cidade.

Ucrânia fecha fronteiras com Rússia e Belarus

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, anunciou no sábado que o país vai fechar suas fronteiras com a Rússia e Belarus. Em uma declaração em vídeo postada no Telegram, Shmyhal disse que apenas os cidadãos da Ucrânia poderão cruzar da Rússia e da Bielorrússia para a Ucrânia.

Ele não indicou quando o fechamento da fronteira entraria em vigor.

Países europeus enviam reforços para a Ucrânia

A Alemanha, Portugal, Holanda e República Tcheca anunciaram na sexta-feira (25) e neste sábado o envio de mais suprimentos para ajudar a Ucrânia em meio ao combate contra a Rússia, iniciado na madrugada de quinta-feira (24), assim como o envio de tropas.

República Tcheca se comprometeu a realizar um “envio de armas para a Ucrânia” no valor de mais de US$ 8,5 milhões para um “local de escolha dos ucranianos”.

Já a Holanda disse que forneceria mais poder de fogo à Ucrânia. “A Holanda fornecerá à Ucrânia 200 mísseis antiaéreos Stinger. Outros materiais de defesa já estão a caminho”, tuitou o conselheiro de defesa e relações exteriores do primeiro-ministro, Geoffrey van Leeuwen.

O governo holandês também fornecerá 50 armas antitanque Panzerfaust-3 e 400 foguetes, disse o ministério em uma carta ao parlamento.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, disse na sexta-feira que o país vai enviar reforços para se juntar aos soldados ucranianos no terreno para ajudar a proteger as suas fronteiras.

Alemanha também entregará armas à Ucrânia, em uma grande mudança de política depois de resistir aos pedidos anteriores de Kiev por armamento defensivo.

“O ataque russo marca uma mudança nos tempos. É nosso dever apoiar a Ucrânia tanto quanto pudermos nos defender contra o exército de invasão de Putin. Portanto, entregaremos 1.000 armas antitanque e 500 mísseis Stinger para nossos amigos na Ucrânia”, disse o chanceler alemão Olaf Scholz.

Rússia e Ucrânia divergem sobre alvos civis atingidos

De acordo o prefeito da capital Kiev, Vitaliy Klitschko, um prédio residencial de mais de 20 andares foi atingido por um míssil. Não há informações de vítimas. O prefeito anunciou que Kiev adotará um toque de recolher das 17h deste sábado (26) (12h de Brasília) até as 8h de segunda-feira (28).

Equipes da CNN norte-americana na capital ucraniana relatam fortes explosões a oeste e sul de Kiev na manhã deste sábado.

De acordo com o governo ucraniano, um tanque e aeronaves do exército russo foram destruídas no combate desta madrugada. O Estado-maior das forças armadas informou que havia também ataques em outras cidades.

Prédio em Kiev teria sido atingido por um míssil no sábado (26), de acordo com prefeito da cidade / Divulgação/Facebook prefeito de Kiev

O Ministério da Defesa da Rússia disse que lançou ataques com mísseis de cruzeiro durante a noite contra alvos na Ucrânia, mas afirmou que visava exclusivamente a infraestrutura militar. Mais tarde, neste sábado, o órgão afirmou que a distribuição de armas a civis por parte do governo ucraniano “inevitavelmente levará a acidentes e baixas”.

“O regime nacionalista de Kiev distribui massiva e incontrolavelmente armas leves automáticas, lançadores de granadas e munição para moradores de assentamentos ucranianos”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa,  Igor Konashenkov.

O ministério russo também afirmou que unidades das forças armadas russas assumiram o controle da cidade de Melitopol, no sudeste da Ucrânia.

Na sexta-feira (25), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, procurou tranquilizar a comunidade internacional ao sobre ataque a civis. “Ninguém vai atacar o povo da Ucrânia”, disse ele durante uma acalorada conferência de imprensa, dizendo à CNN que “não houve ataques à infraestrutura civil”.

Vídeos, fotos e imagens de satélite analisadas e geolocalizadas pela CNN confirmam que em várias ocasiões áreas densamente povoadas na Ucrânia foram atingidas. A CNN Internacional entrou em contato com o governo russo para comentar e aguarda retorno.

Ucranianos fogem do país rumo a países da União Europeia

Segundo a ONU, mais de 120 mil ucranianos fugiram do país nas últimas 48 horas. Famílias temerosas com a guerra lotam as fronteiras da União Europeia na esperança de entrar na Polônia, Eslováquia, Romênia e Hungria.

A vice-alta comissária das Nações Unidas para os Refugiados, Kelly Clements, disse à CNN neste sábado (26) que até 4 milhões de pessoas podem tentar cruzar as fronteiras enquanto a crise na Ucrânia continua.

enviado especial da CNN Brasil, Mathias Brotero, mostrou a chegada dos refugiados ucranianos ao país – assista no vídeo abaixo. Eles foram recebidos com suprimentos, como alimentos e fraldas.

Presidente ucraniano divulga novo vídeo

Em vídeo postado no Twitter na manhã deste sábado (26), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, negou quaisquer relatos de que a Ucrânia vai depor suas armas. A publicação trazia a legenda “não acredite nas falsificações”.

“Estou aqui. Não vamos baixar as armas. Estaremos defendendo nosso país, porque nossa arma é a verdade, e nossa verdade é que esta é nossa terra, nosso país, nossos filhos, e vamos defender tudo isso”, disse.

Em um tweet separado nesta manhã, ele acrescentou que havia acabado de falar com o presidente francês Emmanuel Macron. “Armas e equipamentos de nossos parceiros estão a caminho da Ucrânia”, escreveu ele. “A coalizão anti-guerra está funcionando!”

Em outra publicação, minutos mais tarde, Zelensky disse que era um “momento crucial para decidir a entrada da Ucrânia na União Europeia”.

Apesar de o presidente russo, Vladimir Putin, ainda não ter sinalizado uma desescalada da operação militar, o porta-voz do presidente ucraniano afirmou que Rússia e Ucrânia estão discutindo um local e horário para negociações.

Embora Zelensky tenha feito um discurso citando uma possível resistência, o porta-voz ucraniano Sergii Nykyforov afirmou, em uma rede social, que ” Ucrânia estava e continua pronta para falar sobre um cessar-fogo e paz”.

 

 

 

 

 

 

Brasileiros conseguem deixar Ucrânia

O Ministério das Relações Exteriores informou que 40 brasileiros embarcaram neste sábado em Kiev, capital da Ucrânia, que é alvo de ataques russos, para a cidade de Chernivtsi, próxima à fronteira com a Romênia.

Segundo o Itamaraty, os brasileiros seguirão até a fronteira, onde serão recepcionados por funcionários da Embaixada do país em Bucareste. O trem deixou Kiev por volta das 16h50 locais (11h50 de Brasília).

Meta proíbe anúncios de mídia estatal russa

A Meta Platforms Inc FB.O vai barrar a mídia estatal russa de veicular anúncios ou monetizar em sua plataforma em qualquer lugar do mundo, disse a empresa controladora da gigante de mídia social Facebook.

“Também continuamos a aplicar rótulos a outras mídias estatais russas”, disse o chefe de política de segurança, Nathaniel Gleicher, no Twitter. “Essas mudanças já começaram a ser implementadas e continuarão no fim de semana”.

Reunião do Conselho de Segurança da ONU

O Brasil e outros dez países votaram a favor da resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que condena a invasão russa à Ucrânia. Somente China, Emirados Árabes Unidos e  Índia se abstiveram da votação do texto, redigido pelos Estados Unidos.

A Rússia votou contra o texto e, por ter poder de veto, não permitiu que a resolução entre em vigor. A reunião do colegiado ocorreu na noite da sexta-feira (25).

Agora, a expectativa é de que o projeto seja analisado na Assembleia-Geral das Nações Unidas, que conta com 193 membros. Na reunião desta sexta, o Brasil declarou voto favorável ao projeto crítico à Rússia. Veja como votou cada país:

  • A favor: Albânia, Brasil, Estados Unidos, França, Gabão, Gana, Irlanda, México, Noruega, Quênia e Reino Unido;
  • Contra: Rússia;
  • Abstenções: China, Emirados Árabes Unidos e Índia.

Na primeira manifestação oficial do Brasil condenando a invasão russa à Ucrânia, o embaixador Ronaldo Costa Filho criticou a “gravidade da situação”. “Renovamos nosso apelo pela cessação total das hostilidades, pela retirada das tropas e pela retomada imediata do diálogo diplomático”, afirmou o representante brasileiro.

O Itamaraty expressou “preocupação com a decisão russa de enviar tropas em operações militares em terra, causando perda de vida e perigo à população ucraniana”.

“As preocupações de segurança manifestadas pela Federação Russa nos últimos anos, particularmente em relação ao equilíbrio estratégico na Europa, não dão à Rússia o direito de ameaçar a integridade territorial e a soberania de outro Estado”, disse o embaixador brasileiro.

Qual é o tamanho dos exércitos da Rússia e Ucrânia?

A realidade é que há uma grande diferença entre o exército ucraniano e o exército russo. “Este não é o mesmo exército russo que estava em ruínas logo após a Guerra Fria“, diz o analista Jeffrey Edmonds, do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

“É um exército muito móvel, bastante moderno e bem treinado, com uma força aérea muito saudável, grandes forças terrestres, muito controle de artilharia, navios pequenos com muita capacidade para missões de ataque ao solo”. Veja comparação abaixo:

  • ORÇAMENTO MILITAR DE 2021

Ucrânia: U$ 4,1 bilhões

Rússia: US$ 45,3 bilhões

  • TROPAS ATIVAS

Ucrânia: 219 mil soldados

Rússia: 840 mil soldados

  • AERONAVES DE COMBATE

Ucrânia: 170

Rússia: 1.212

  • HELICÓPTEROS DE ATAQUE

Ucrânia: 170

Rússia: 997

  • TANQUES DE GUERRA

Ucrânia: 1.302

Rússia: 3.601

  • ARMAMENTO ANTIAÉREO

Ucrânia: 2.555

Rússia: 5.613

Resumo para entender o conflito

Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer da quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país.

O presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).

O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev. De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.

Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.

Equipes de resgate trabalham no local do acidente da aeronave Antonov das Forças Armadas da Ucrânia na região de Kiev 

Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.

A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.

Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.

A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.

 

(Da Redação com CNN Brasil)

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