Após assembleia realizada na noite de quinta-feira (15), trabalhadores ligados à Fundação Municipal de Saúde, que administra o Hospital Municipal Padre Germano Lauck, de Foz do Iguaçu, aprovaram o estado de greve da categoria. A assembleia foi realizada do lado de fora do hospital, às margens da Avenida Paraná, pois o Sindicato da Saúde não foi autorizado a fazê-la no estacionamento do local.
“Essa é uma situação muito triste, delicada, mas precisamos entender que esse é um pedido de socorro dos trabalhadores, que até pouco tempo atrás foram considerados heróis nessa pandemia e agora estão sendo tratados como lixo. Digo propriamente essa palavra, pois é o que está acontecendo nesse momento”, comentou o presidente do sindicato, Paulo Ferreira, em entrevista ao Portal da Cidade.
Entre as reivindicações estão as melhorias nas condições de trabalho, fim do assédio moral e fim do banco de horas para serem pagas em até seis meses – algo que teria sido implantado, segundo o sindicato, sem negociação com os trabalhadores. Também é pedido a revisão do pagamento de insalubridade, o que segundo Paulo Ferreira, foi retirado pela atual administração.
“Não queremos prejudicar a população, mais do que já vem sendo prejudicada por conta dos atendimentos na Saúde. Tomaremos todos os cuidados necessários para que não tenhamos um caos ainda maior na cidade”, destacou Paulo Ferreira.
As medidas jurídicas cabíveis estão sendo providenciadas pelo sindicato, para que nas próximas horas seja feita oficialmente a comunicação à Fundação Municipal de Saúde e à Prefeitura Municipal, sobre a deflagração do estado de greve, onde por lei, deverá ser mantida escala de 30% dos trabalhadores. A previsão é de que ela tenha início na próxima terça-feira (22).
A reportagem do Portal da Cidade apurou que o diretor-técnico do Hospital Municipal, André Maia, pediu exoneração do cargo. No entanto, ele preferiu não comentar o motivo. A exoneração já foi publicada no Diário Oficial do Município.
Em contato com a reportagem, a assessoria de comunicação do Hospital Municipal afirmou que ainda não foi notificado oficialmente sobre a aprovação da greve e que, por enquanto, a greve ainda não está confirmada.
Confira abaixo a nota publicada pelo Sindicato da Saúde:
“Cansados de tanta injustiças acontecendo no Hospital Municipal por conta das atitudes da atual gestão os trabalhadores do Hospital Municipal vão realizar no dia 15 de Março de 2022 no pátio do estabelecimento assembleia para apresentação de uma pauta de reivindicação e também votação sobre inicio de greve.
A atual direção desde sua posse vem retirando direitos e por último impôs aos trabalhadores um banco de horas, instrumento que é vedado pela CCT.
A assembleia acontecerá no dia 15 de Março de 2022 com início as 19:00 horas a assembleia poderá definir a primeira greve do Hospital que desde a sua fundação vive seu momento mais difícil.
É hora dos trabalhadores entenderem que eles são os atores principais deste processo e que sem união não se conquista.
O Sindicato agradece o apoio de todas as lideranças que estão fortalecendo a luta neste momento.”
(Com Preto no Branco)