“As taxas de juros reais que o Brasil está pagando são superiores às dos outros países, o que torna o nosso mercado mais competitivo para o capital financeiro internacional vir aqui realizar seus ganhos. Isso faz com que haja uma entrada maior de dólares no Brasil, e isso acaba forçando o preço dessa mercadoria chamada dólar”, afirma Branco à Sputnik Brasil, explicando que a abundância de dólares no país tende a desvalorizar a moeda frente ao real.
“Ocorre que Ucrânia e Rússia, que se envolveram em um conflito, são concorrentes nossos no mercado de commodities, respectivamente no agronegócio e no petróleo. Com esses dois ‘players’ fora temporariamente do mercado, a tendência é que nos tornemos um competidor mais assediado”, explica.
“Nessa hora, não apenas o rublo, que é a moeda russa, perde valor, mas também outras moedas, vinculadas a países que podem se instalar perante a guerra, perdem posição e se fragilizam, porque todo mundo tem medo do aumento do gasto público em armamentos […]. É o caso dos EUA e dos membros da OTAN”, avalia Krasznar em entrevista à Sputnik Brasil.
‘Movimento de gangorra’ abre ciclo perigoso, diz economista
“É sempre assim: você desvaloriza sua moeda, e as exportações aumentam; se as exportações aumentam, entra mais moeda estrangeira. E entrando mais moeda estrangeira, valoriza a sua moeda, e valorizando sua moeda, esse ciclo se encerra com o desestímulo às exportações”, explica.