Os comentários dela parecem ser uma resposta à recente declaração do ministro da Defesa sul-coreano, Suh Wook, de que os militares da Coreia do Sul têm uma variedade de mísseis com alcance, precisão e poder significativamente aprimorados, e com “capacidade de atingir com precisão e rapidez qualquer alvo na Coreia do Norte”.
Em sua declaração, Kim disse que Pyongyang se opõe à guerra, já que o confronto deixaria a Península Coreana em ruínas, e não vê a Coreia do Sul como seu principal inimigo. A agência de notícias estatal da Coreia do Norte, KCNA, informou que Kim chamou o ministro da Defesa sul-coreano de “lunático” e disse que ele cometeu um “grande erro” ao cogitar um ataque preventivo à Coreia do Norte.
“Caso a Coreia do Sul opte por um confronto militar conosco, nossa força de combate nuclear terá que inevitavelmente cumprir seu dever”, disse Kim, que é uma das principais assessoras do irmão.
Kim disse que as forças nucleares de seu país servem principalmente à dissuasão, mas são capazes de “eliminar as forças armadas do inimigo em um ataque”.
Ela acrescentou que as forças sul-coreanas enfrentarão um “destino miserável pouco antes da destruição e ruína total” e um “desastre inimaginavelmente terrível”, se os militares do país vizinho violarem o território norte-coreano.
Tensões aumentam entre as Coreias
A Coreia do Norte interrompeu seus testes de mísseis de longo alcance após duas cúpulas entre Kim Jong-un e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em 2019.
No entanto, as cúpulas não produziram a desejada “desnuclearização” da Península Coreana, e há preocupações de que a Coreia do Norte retome os testes de armas nucleares pela primeira vez desde 2017, enquanto as negociações estão paralisadas.
Pyongyang também realizou mais de uma dúzia de testes de mísseis desde o início de 2022, incluindo o recente lançamento de um poderoso míssil balístico intercontinental, capaz de atingir alvos em qualquer lugar dos EUA.
A Coreia do Norte está proibida por sanções internacionais de testar mísseis balísticos. O conservador presidente eleito da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, prometeu adotar uma postura mais dura nas relações com o vizinho do norte, em uma reviravolta na política do ex-presidente liberal Moon Jae-in de buscar reaproximação com Pyongyang.
(Com AFP, AP e Reuters)