Operação Duplo Risco: FALSOS TURISTAS QUE FAZIAM TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS SÃO PRESOS PELA PF

Ao todo, são 80 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

Uma operação conjunta entre Polícia Federal, Polícia Civil e Interpol foi deflagrada na manhã desta terça-feira (20) para desarticular três grupos criminosos que são suspeitos de tráfico internacional de drogas. Segundo a polícia, os grupos mandavam drogas do Brasil para fora a partir de falsos turistas, que no retorno ainda traziam entorpecentes sintéticos para o país, correndo “duplo risco”.

São cumpridos 7 mandados de prisão preventiva no Brasil, três na Europa (dois na Espanha e um em Portugal). Também foram expedidos 80 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, além de ordens de bloqueio de contas bancárias, sequestros e apreensões de imóveis e veículos de luxo, visando a descapitalização dos grupos.

A investigação que levou à Operação Duplo Risco começou em 2017. A PF contou, no decorrer da operação, com o apoio das Polícias Espanhola, Suíça e Portuguesa e nesta terça-feira conta com o apoio aéreo da Polícia Militar.

Foram expedidos mandados nas cidades:

  • Arapongas (PR): 1
  • Ribeirão Preto (SP): 1
  • Contenda (PR): 1
  • Curitiba (PR): 58
  • Fazenda Rio Grande (PR): 5
  • Francisco Beltrão (PR): 1
  • Mandirituba (PR): 1
  • Paranaguá (PR): 1
  • Pinhais (PR): 1
  • Piraquara (PR): 2
  • São José dos Pinhais (PR): 6
  • Balneário Camboriú (SC): 1
  • Barra Velha (SC): 1

Investigações

Durante a investigação, a PF descobriu todas as etapas do trabalho das quadrilhas, desde a cooptação de aliciados (vulgarmente chamados de “mulas”), a preparação das malas contendo a droga, a compra de passagens e hospedagens, a orientação e os roteiros para aliciados, até a última etapa, consistente na entrega da droga para os traficantes no exterior.

As pessoas aliciadas eram preparadas para se passarem por turistas e assim levar a droga para o exterior, em especial para a Europa, Ásia e Oriente Médio. Por vezes, as organizações criminosas convenciam os aliciados para levarem seus próprios filhos menores nestas viagens, como mais uma forma de tentar ludibriar a fiscalização.

Estes grupos causaram grave prejuízo social, uma vez que cooptam jovens que não possuem histórico criminal, geralmente pessoas de baixa renda, sob promessas de lucros fáceis e exorbitantes, iludindo-os com a possibilidade de viagens à Europa com todas as despesas pagas, inclusive aquisição de vestuário para a viagem.

Segundo a PF, durante os cinco anos de investigação, os policiais conseguiram acompanhar 84 envios de drogas do Brasil para fora. Destes envios de drogas, 54 resultaram em prisões em flagrante.

“As informações obtidas possibilitaram a identificação dos líderes dessas organizações criminosas”.

delegado Diogo Ribeiro Borges

Os investigados responderão pelos crimes de tráfico transnacional de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem chegar aos 33 anos de prisão.

Nome da operação

A expressão “duplo risco” remete ao fato de que muitos dos aliciados, os “mulas”, viajaram do Brasil para a Europa transportando cocaína e no retorno trouxeram drogas sintéticas correndo, portanto, o risco de serem presos duplamente em cada viagem.

 

(Da Redação com Banda B – Foto: Divulgação/Polícia Federal.)

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