A partir da tarde desta quarta-feira (28), começam as audiências de instrução que vão definir se o policial federal Ronaldo Massuia irá ou não a júri popular. Massuia se tornou réu pela morte do fotógrafo André Fritoli e pela tentativa de homicídio contra sete outros clientes que estavam no posto naquela noite de 1º de maio. O policial segue preso no Complexo Médico Penal em Pinhais e, segundo a defesa, está ‘terrivelmente arrependido’. O advogado Nilton Ribeiro, que representa Massuia, disse à Banda B que, ao final das audiências, vai pedir que seu cliente aguarde o processo em liberdade.
As audiências de instrução serão realizadas pela juíza Mychelle Pacheco Cintra, da 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri da capital. A expectativa é que durem uma semana. Serão 16 testemunhas de acusação e 18 de defesa. Ronaldo Massuia vai responder por homicídio triplamente qualificado pela morte do fotógrafo André Muniz Fritoli e por sete tentativas de homicídios, também triplamente qualificados, por motivo fútil, perigo comum e dificuldade de defesa da vítima. No crime, ele utilizou uma arma de uso da Polícia Federal e também estava em um carro da corporação.
Imagens mostram o momento em que o policial federal entra no posto, discute com alguns clientes, vai até o carro e volta armado, atirando. Ele foi preso logo em seguida.
“A expectativa é colher o máximo de elementos para elucidar este caso. Todos querem entender o motivo daquela fúria que causou aquela tragédia. Hoje vamos ouvir aquele rapaz que deu um soco no Ronaldo e acabou desencadeando toda esta tragédia, esta dor nas famílias dos envolvidos”, afirmou Ribeiro.
Preso há quatro meses, a defesa entende que o policial deve ser libertado após as audiências.
“Após toda a instrução, já avisamos a doutora Mychelle Pacheco que vamos pedir a revogação da prisão de Ronaldo porque entendemos que a necessidade da prisão preventiva no Brasil é um exceção à regra. Prisão só mesmo após o julgamento”, completou Ribeiro.
Por que Massuia fez isso?
A defesa diz que nem Ronaldo Massuia sabe por qual razão agiu com aquela fúria no posto e garante que ele está arrependido.
” O Ronaldo está bastante entristecido. Um policial federal com 20 anos de carreira, que participou de operações importantíssimas para o país, se vê envolvido numa tragédia como essa. Nem eles mesmo consegue explicar. Posso lhe assegurar que ele está terrivelmente arrependido”.
A Banda B vai acompanhar as audiências e o espaço segue aberto para a manifestação de representantes e familiares das vítimas.
O massacre
O policial federal Ronaldo Massuia Silva é suspeito de ter aberto fogo em um posto de combustíveis do bairro Cristo Rei, em Curitiba, na noite do dia 1º de maio. Quatro pessoas foram atingidas pelos disparos e uma delas morreu.
Segundo informações do inquérito, o policial estaria embriagado e teria se desentendido com um segurança do estabelecimento momentos antes do crime.