O Brasil é o país da América Latina que mais sofre ataques DDoS – conhecidos como Ataque de Negação de Serviço – segundo o relatório “Relatório de Inteligência de Ameaças DDoS” da Netscout. O relatório também aponta que houve um crescimento de 19% nos ataques desse tipo na América Latina. Dessa porcentagem, metade dos ataques foi realizada no Brasil.
Os ataques DDoS são aqueles ataques que prejudicam servidores ou infraestrutura de rede. Esses ataques tem como objetivo sobrecarregar os sistemas e impedir o funcionamento do serviço e geralmente tentam prejudicar sistemas de empresas concorrentes ou uma personalidade específica.
O Brasil teve uma frequência de 12,4% dos ataques DDoS da lista, a média dos ataques no Brasil foi um a cada 26 minutos, e o maior ataque registrado foi de 450 GB por segundo.
Em comunicado, o líder de inteligência de ameaças da Netscout, Richard Hummel, relatou a evolução dos ataques DDoS e novas praticas usadas pelos cibercriminosos.
“Ao inovar e se adaptar constantemente, os invasores estão desenvolvendo novos vetores de ataque DDoS mais eficazes ou amplificando metodologias já existentes”, disse Hummel. “No primeiro semestre de 2022, cibercriminosos investiram mais em reconhecimento antes de conduzir os ataques, estruturaram um novo vetor de ataque chamado TP240 PhoneHome, criaram um tsunami de ataques de inundação TCP e expandiram rapidamente botnets de alta potência para infestar recursos conectados à rede. Além disso, malfeitores abraçaram abertamente a agressão on-line com campanhas pesadas de ataque DDoS relacionadas a agitações geopolíticas, que tiveram implicações globais”.
Instituições religiosas foram as que mais sofreram ataques cibernéticos no primeiro semestre de 2022, o crescimento foi de 78,73% comparado com a segunda metade do ano passado.
Outra categoria em destaque foram os bancos comerciais, que tiveram um aumento de 63% nos ataques do primeiro semestre quando comparado com o mesmo período de 2021. As operadoras de cartões tiveram um aumento exponencial nos últimos 18 meses, saindo de 0 para 350 ataques.
O relatório analisou que as épocas com mais ataques DDoS aconteceram em datas de grandes eventos, geopolíticos ou religiosos. Os eventos de entretenimento também são responsáveis por originar ataques DDoS, como o Carnaval de 2022, por exemplo
Os ataques de DDoS direcionados a entidades locais através de botnets, (uma rede robôs capazes de invadir redes) também tiveram a maior concentração em território brasileiro e indicam um ecossistema interno de botnets já desenvolvido no país. Esses ataques geralmente estão associados a eventos como guerra, política, religião e esportes.