A goma da semente de tamarindo é utilizada há muito tempo como espessante de alimentos, mas, no Japão, também tem sido empregada no desenvolvimento de um plástico biodegradável que pode ser usado para tudo, desde embalagens flexíveis e materiais para roupas até produtos moldados para automóveis e eletrodomésticos.
“A goma de semente de tamarindo é um polissacarídeo solúvel em água com alto peso molecular. Também é classificado como um xiloglucano, que são polissacarídeos lineares com excelente compatibilidade e biodegradabilidade”, explica à Nature Shinji Utsunomiya, da empresa japonesa MP Gokyo Food & Chemical.
A goma é feita por meio do refino de componentes de polissacarídeos das sementes de tamarindo, uma fruta azeda comumente cultivada na Índia e no sudeste da Ásia. No Brasil, o tamarindo foi popularizado com o auxílio do seriado de humor mexicano Chaves, no qual, em um dos episódios, seu refresco é comercializado.
Além das sementes usadas para produzir aditivos alimentares, a maioria é jogada fora depois que a fruta é consumida, observa Utsunomiya. Portanto, os bioplásticos de goma de semente de tamarindo podem contribuir para uma economia circular sustentável na qual os resíduos são reaproveitados, acrescenta ele. As árvores de tamarindo também crescem bem em solos secos e inférteis, e provavelmente não competirão por valiosas terras agrícolas.
Escala industrial
A MP Gokyo Food & Chemical começou a distribuir a goma de semente de tamarindo em escala industrial em 1964, comercializada sob a marca GLYLOID. Em 2021, foi lançada uma nova marca, TAMAVISCO, para o setor de cosméticos. Esses produtos são utilizados como espessantes e para fazer filmes que limitam a passagem de gases.