Um relatório do Bank of America afirma que a tokenização de ativos do mundo real (RWA), tais como matérias-primas, moedas e ações, é um “motor-chave para a adoção de ativos digitais”, e os governos estão atualizando suas legislações para se beneficiarem desta tendência. No Brasil, o primeiro tokenizador foi criado em 2018, e movimentou mais de 400 milhões de reais em ativos; atualmente, o governo desenvolve o DREX, o real digital, que deverá estar disponível no final do próximo ano. Essas iniciativas foram potencializadas pela Lei Bitcoin, que entrou em vigor em junho e tem aberto novas possibilidades para aumentar a participação de investidores institucionais.
Segundo a Chainanalysis, é possível pensar que os usuários institucionais no Brasil ultrapassarão seus níveis de atividade anteriores — que estão em declínio há algum tempo —, se o mercado conseguir ter um ciclo positivo, e não há motivos para acreditar que não será assim no próximo ano. Por causa disso, espera-se que a tokenização se expanda para muitos outros mercados. Entre os seus possíveis usos, um dos que tem gerado impacto de longo prazo no mundo das finanças é a sua intersecção com o mercado imobiliário, já que este método permite maior liquidez e estabelece a propriedade fracionada e a acessibilidade global.
Vários players icônicos do mercado financeiro, como JP Morgan e Goldman Sachs, adotaram a noção da oferta de ativos tokenizados a seus clientes. De acordo com a Coindesk, “as instituições estão começando a ir além da simples tokenização de ativos para uso operacional e de poupança (repos, gerenciamento de garantias) e agora estão disponibilizando produtos tokenizados tendo como compradores a sua própria base de clientes”.
Tokenização de imóveis e novas criptomoedas
O setor imobiliário é um dos mais impactados pela tokenização, e os brasileiros têm digitalizado desde títulos de propriedade até imóveis. Entre as novas criptomoedas, algumas têm inovado oferecendo planos que aproveitam essa tendência. É o caso da Unicoin, que tem um fundo de imóveis no valor de US$ 1,3 bilhão, muitos dos quais foram adquiridos através do programa 140, que possibilita a utilização direta de imóveis na aquisição de criptomoedas. Em países como os Estados Unidos, os regulamentos sobre ativos digitais exigem que estes sejam registrados na Securities and Exchange Commission (SEC), embora há quem afirme que seria necessária uma legislação mais ampla. Apesar disso, ações judiciais contra várias empresas e exchanges têm aberto caminho para o surgimento de formatos inovadores com o objetivo de oferecer maiores garantias aos usuários e incentivar o investimento institucional. Será 2024 o ano decisivo para esta nova etapa? Em breve saberemos.
(Da Redação com Jovem Pan News)