A uma distância de 444 anos-luz da Terra, há um aglomerado estelar aberto chamado Plêiades, também conhecido como Messier 45 (M45) ou “As sete irmãs”. No fim desta semana, elas farão parte de um grande espetáculo celeste, sendo parcialmente ocultadas pela Lua – dependendo do ponto de vista do observador.
- Trata-se do objeto Messier mais próximo do nosso planeta e um dos mais proeminentes do céu profundo, com magnitude de 1,6;
- Objetos Messier são regiões do céu profundo inventariadas pelo astrônomo francês Charles Messier no Catálogo de Nebulosas e Aglomerados Estelares, publicado originalmente em 1771, com a última edição realizada em 1966;
- M45 é vista como uma mancha azulada próximo ao “ombro” da constelação de Touro;
- Para um observador a olho nu, geralmente as Plêiades aparecem como uma cópia menor da Ursa Maior cercadas por uma nuvem de poeira – um padrão azulado de seis estrelas em destaque (embora haja uma quantidade maior, com mais de 100 estrelas visíveis com telescópio comum entre mais de mil estimadas).
Não, você não leu errado: seis estrelas em destaque. Mas, então, por que são chamadas de “As Sete Irmãs”? Você vai saber mais adiante onde está a sétima estrela principal. Antes, no entanto, vamos entender a ocultação lunar de M45.
Lua em conjunção com as Plêiades
Na sexta-feira (16), às 17h18 (pelo horário de Brasília), de acordo com o guia de observação astronômica In-The-Sky.org, a Lua chegará muito perto das Plêiades, passando a meros 30,9 minutos de arco do aglomerado estelar.
De São Paulo, o pôr do Sol tornará o par visível por volta das 19h20, quando ambos estarão posicionados a 39° acima do horizonte ao norte. Eles desaparecerão da paisagem celeste às 23h26.
A Lua estará em magnitude de -12, e a de M45 será de 1.6, ambos na constelação de Touro. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
O par não estará próximo o suficiente para caber no campo de visão de um telescópio, mas será visível a olho nu ou através de um par de binóculos.
De acordo com Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, de alguns pontos da Terra será possível ver a ocultação de várias estrelas das Plêiades pela Lua.
“Aqui no Brasil, vamos pegar o finalzinho do fenômeno. Parte da costa do Nordeste poderá observar a estrela Atlas surgindo por trás da Lua no início da noite. Para o restante do país, será uma bela conjunção entre a Lua e o aglomerado”, explica o especialista.
Onde está a sétima estrela?
Se a maioria das pessoas vê o aglomerado como um padrão de seis estrelas, por que então ele é chamado de “As Sete Irmãs”?
De acordo com o guia de astronomia Starwalk Space, a razão é que a aparência do céu era diferente nos tempos antigos, quando o nome foi criado. Naquela época, observadores conseguiam ver instantaneamente e a olho nu as sete estrelas principais do aglomerado.
Com o tempo, uma delas desapareceu da vista. A mudança foi causada por Pleione, uma estrela de brilho variável, que mudou de posição no céu com o passar do tempo. Ela acabou chegando perto demais de Atlas, e ambas são vistas a olho nu como uma só estrela.
Acompanhe o evento pela internet
Graças ao Virtual Telescope Project (Projeto Telescópio Virtual), um serviço prestado pelo Observatório Astronômico Bellatrix, com sede em Roma, na Itália, qualquer pessoa com acesso à internet pode assistir ao evento em tempo real.
A organização vai realizar uma transmissão em tempo real pelo YouTube, agendada para começar às 17h30.
Caso prefira testemunhar diretamente a conjunção astronômica, um app de observação, como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView, pode ajudar a encontrar as sete irmãs – embora baste mirar para a Lua, que estará no primeiro dia da fase crescente.