Depois de meses de espera, o halving, principal evento da rede do bitcoin, ocorreu na noite da última sexta-feira (19). Na prática, isso significa que a recompensa por bloco minerado da principal criptomoeda do mercado caiu pela metade: de 6,25 BTC para 3,125 BTC. Esse evento, que ocorre a cada vez que 210 mil blocos de bitcoin são minerados (aproximadamente de quatro em quatro anos), é fundamental para desinflacionar a moeda e gerar escassez. Os ciclos pós-halving são marcados por grande valorização do bitcoin e ainda mais das chamadas altcoins.
As altcoins nada mais são do que criptomoedas alternativas ao bitcoin — ou seja, todas as outras do mercado. É claro que nem todas as moedas sobem de maneira exorbitante. Só algumas delas são capazes de criar uma geração de milionários, como ocorreu nos últimos ciclos e já está acontecendo agora. Dados da corretora de criptomoedas Kaiko Research mostraram em março que a forte performance do bitcoin criava aproximadamente 1.500 milionários por dia.
São pessoas comuns que capturaram a alta “pré-halving” do bitcoin para alcançarem o sonho do primeiro milhão com criptomoedas. De 1º de janeiro de 2023 ao dia 18 de abril de 2024, o bitcoin entregou um retorno superior a 286%. Desta maneira, quem investiu R$ 260 mil na principal criptomoeda do mercado no início de 2023 e segurou até agora, conseguiu o primeiro milhão em pouco mais de 1 ano e 4 meses. É claro que boa parte da população não tem R$ 260 mil para investir em bitcoin… Mas, segundo o head de ativos digitais da Empiricus Research, Valter Rebelo, é possível alcançar o primeiro milhão com criptomoedas investindo muito menos que isso.
Ele diz ter encontrado cinco criptomoedas menores que o bitcoin com potencial de transformar R$ 500 investidos em cada uma delas em até R$ 1 milhão. Neste caso, o desempenho seria semelhante ao de outra altcoin recomendada pela equipe da Empiricus em 2021: a AXS. Na ocasião, a criptomoeda foi capaz de transformar R$ 3.500 em R$ 1 milhão. Isso significa que:
- R$ 1 mil reais viraram R$ 285 mil;
- R$ 5 mil reais viraram R$ 1,42 milhão; e
- R$ 10 mil reais viraram R$ 2,85 milhões.
O que esperar do bitcoin neste ciclo?
Analistas consultados pelo site especializado em criptomoedas The Block afirmaram que o bitcoin, principal criptoativo do mercado, deve alcançar US$ 150 mil no topo do ciclo. “Continuamos esperando que o Bitcoin atinja um ciclo máximo de US$ 150 mil até 2025″, afirmaram Gautam Chugani e Makira Sapra, analistas da Bernstein. Embora Valter Rebelo, da Empiricus, prefira não cravar um valor exato de até onde o bitcoin pode chegar, ele acredita que o valor estimado pelos analistas é totalmente possível.
Caso a previsão se confirme, o bitcoin teria margem para valorizar 136%, com base no valor da moeda enquanto esta matéria é escrita. Como é possível observar, a valorização é muito menor do que a que já ocorreu nos últimos meses. Mas enquanto isso, criptomoedas menores, historicamente, já entregaram valorizações de 10 mil vezes após o halving.
Por que o bitcoin deve ser superado pelas altcoins?
Depois do halving que aconteceu em 2016, as criptomoedas menores valorizaram cerca de 136.000%. Ou seja, a média de todas elas, contando os acertos e erros, faria apenas R$ 750 virarem um milhão, enquanto quem investiu em Bitcoin recebeu ‘apenas’ R$ 60 mil. Depois do halving mais recente, que aconteceu em 2020, o Bitcoin subiu ‘apenas’ 755%, enquanto as moedas menores subiram, na média, 17.555%. Cerca de 20 vezes mais. As movimentações mais expressivas de moedas menores ocorrem, principalmente, por fatores relacionados ao valor de mercado e liquidez.
Isto é, em um momento ruim de mercado, as altcoins tendem a performar pior que o bitcoin. Por outro lado, em momentos de euforia, essas moedas costumam superar o desempenho do bitcoin. Neste quesito, é possível traçar um paralelo com o mercado de ações. As empresas com maior valor de mercado e liquidez vão bem em um ciclo de queda de juros, mas, geralmente, são superadas pelas small caps – companhias de baixo market cap. Portanto, embora o bitcoin deva continuar a maré positiva observada nos últimos meses, não é nele que estão as maiores histórias de multiplicação patrimonial.