estudo anual Global Crypto Adoption Index da Chainalysis revela que os países asiáticos continuam na liderança da adoção de criptoativos, com a Índia se destacando como o maior mercado global. O Brasil, por sua vez, ocupa a 10ª posição, mas demonstra sua relevância ao liderar o segmento na América Latina.
O estudo determina o índice de adoção global com base no volume transacionado em diferentes tipos de serviços de criptoativos, ajustado pelo tamanho da população e pelo poder de compra.
Tais fatores ajudam a explicar por que países como a Índia e a Nigéria se destacam no topo do ranking. O crescimento contínuo da Defi (finanças descentralizadas), especialmente na África Subsaariana, América Latina e Europa Oriental, sugere uma expansão significativa da atividade em altcoins, criptomoedas alternativas ao Bitcoin, nessas regiões.
Além disso, a pesquisa da Chainalysis indica que os países da Ásia têm demonstrado altos níveis de atividade em exchanges locais e serviços Defi. De julho de 2023 a junho de 2024, esses países registraram entradas de criptoativos superiores a US$ 750 bilhões, o que representa 16,6% do valor global recebido em ativos digitais.
Do 4º trimestre de 2023 ao 1º trimestre de 2024, a atividade global de criptomoedas aumentou significativamente, superando os níveis de alta do mercado de 2021. Esse crescimento foi impulsionado por países de todas as faixas de renda, com destaque para aqueles de renda média-baixa, que lideraram o avanço no ano anterior.
A autorização para ETFs (exchange-traded fund) de bitcoin nos Estados Unidos desencadeou um aumento da atividade desse ativo em diversas regiões, especialmente em transferências institucionais e em países de renda mais alta, como os da América do Norte e da Europa Ocidental.
No entanto, as stablecoins apresentaram o maior crescimento, tanto em transferências de varejo quanto em transações profissionais, por conta da sua aplicação em casos de uso no mundo real, em regiões como África Subsaariana e América Latina. Essa maior procura por stablecoins deve-se à sua maior estabilidade, uma vez que são atreladas a ativos de reserva, como o dólar ou ouro.
A Índia consolidou sua posição no topo do ranking por seu grande mercado populacional e por ter um ambiente regulatório favorável, tornando-se um hub global para criptomoedas.
A Nigéria manteve a 2ª posição, refletindo o impacto positivo da criptoeconomia na população desbancarizada. Já a Indonésia avançou para o 3º lugar, superando o Vietnã, que agora ocupa a 5ª posição.
O Brasil, na 10ª posição, enfrenta desafios regulatórios e tributários. O país tem uma alíquota de 15% sobre ganhos de capital em criptoativos, além de regras específicas para transações. Esses fatores podem ter levado alguns investidores a buscarem exchanges internacionais que não estão sujeitas a tais tributações.
Apesar desse obstáculo, o uso de criptomoedas no Brasil tem crescido, especialmente como uma alternativa de investimento para diversificação de portfólios e proteção contra a inflação e a desvalorização do real. Embora ainda haja desconfiança e desafios regulatórios, com discussões em andamento para proteger consumidores e prevenir crimes financeiros, as plataformas de negociação de criptoativos estão em expansão no país.
Espera-se que o interesse no Brasil continue a crescer, com o Banco Central desenvolvendo o real digital, uma moeda digital própria para facilitar transações financeiras e impulsionar a economia digital. Além disso, a recente regulamentação do Banco Central e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) visa a trazer mais segurança e transparência ao setor.
Sintetizando, o panorama global de criptoativos está em constante evolução. A Ásia mantém uma liderança firme no setor, enquanto a América Latina, liderada pelo Brasil, continua mostrando crescimento significativo. Com a expansão de plataformas de negociação e a regulamentação em desenvolvimento, espera-se que o Brasil fortaleça ainda mais sua posição no cenário global.