NS Explica: ECOANSIEDADE

Vivemos em uma era marcada pela crescente preocupação com o futuro do nosso planeta. Cada notícia ou novo relatório sobre mudanças climáticas, desmatamento e poluição, embora contribuam para chamar a atenção das pessoas para problemas urgentes, também resultam em reflexos psicológicos em nossa sociedade.

Um desses reflexos é a ecoansiedade, um termo que se populariza rapidamente à medida que a situação ambiental do planeta demanda preocupação. Mas o que, exatamente, significa a ecoansiedade e como podemos lidar com ela?

O que é ecoansiedade?

A ecoansiedade pode ser descrita como um sentimento de angústia, preocupação ou desespero em relação ao futuro do meio ambiente e às consequências das mudanças climáticas. É uma forma de preocupação que surge ao percebermos a magnitude dos problemas ambientais e a aparente falta de soluções eficazes para enfrentá-los. Pessoas que sofrem com a ecoansiedade costumam se sentir impotentes, preocupadas com o impacto ambiental de suas ações diárias e constantemente alarmadas pelas notícias acerca desses temas.

Por que a ecoansiedade está aumentando?

Com o aumento do acesso à informação, a conscientização sobre os desafios ambientais cresceu significativamente. No entanto, essa maior conscientização nem sempre vem acompanhada de uma sensação de capacidade de ação, o que pode gerar sentimentos de frustração e medo. Notícias alarmantes sobre o derretimento das calotas polares, a perda de biodiversidade e o aumento de eventos climáticos e extremos reforçam essa sensação de urgência e de que não estamos fazendo o suficiente para reverter esses danos.

Além disso, a ecoansiedade tende a afetar mais fortemente os jovens, que se sentem responsáveis ​​por não reagir diante dos erros das gerações passadas, e os profissionais que trabalham diretamente com questões ambientais. Essas influências também podem se intensificar em pessoas que vivem em regiões já afetadas por desastres naturais, como incêndios florestais e enchentes.

Sintomas comuns da ecoansiedade

A ecoansiedade já consta em dicionários e foi incorporada como conceito pela Associação Americana de Psicologia em 2007, que aponta que 25% a 50% das pessoas expostas a um desastre climático têm risco de desenvolver problemas de saúde mental. Entre os seus principais sintomas, estão:

  • Preocupação excessiva com o futuro ambiental.
  • Sensação de impotência diante da magnitude dos problemas.
  • Dificuldade em desfrutar de atividades diárias devido a pensamentos intrusivos sobre o meio ambiente.
  • Alterações no sono e no apetite.
  • Sensação de culpa ao consumir produtos que impactam, consideravelmente, o meio ambiente.

Como lidar com a ecoansiedade?

Lidar com a ecoansiedade não é uma tarefa fácil, mas, de acordo com os especialistas, há algumas estratégias que podem ajudar nesse sentido:

1. Educação e Ação

Informar-se sobre o que pode ser feito em nível individual e coletivo para combater as mudanças climáticas é um bom começo. Envolver-se em projetos locais, como hortas comunitárias ou ações de limpeza de praias, tende a ajudar a transformar a ansiedade em ações positivas.

2. Conexão com a Natureza

Reservar um tempo para estar em contato com a natureza, seja em um parque urbano ou em uma área verde mais isolada, pode ajudar a reduzir o estresse.

3. Autocuidado e Limites na Exposição às Notícias

Reduzir o tempo de exposição a notícias negativas e focar em histórias ambientais e soluções sustentáveis ​​contribui para equilibrar a percepção sobre a situação ambiental. Além disso, práticas como meditação, exercícios físicos e técnicas de relaxamento são fundamentais.

4. Apoio Profissional

Se a ecoansiedade estiver afetando sua saúde mental de maneira significativa, procurar ajuda profissional é essencial. Psicólogos e terapeutas especializados em questões ambientais podem oferecer suporte para lidar com esses sentimentos.

A ecoansiedade pode ser encarada como uma resposta aos desafios ambientais que enfrentamos atualmente, refletindo nosso desejo de proteger e preservar o planeta para as futuras gerações. Reconhecer esses sentimentos e buscar maneiras saudáveis ​​de lidar com eles é essencial para manter nossa saúde mental e continuar engajados na luta por um mundo mais sustentável. Lembre-se de que cada pequena ação conta e que, juntos, podemos fazer a diferença. Informar-se, apoiar iniciativas ambientais e cuidar do nosso bem-estar emocional são passos importantes para enfrentar a crise climática com resiliência e esperança. Afinal, a mudança começa dentro de cada um de nós.

 

 

 

 

 

 

(Da Redação com Notícia Sustentável)

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