Ao englobar a Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, o relatório coletou informações de mais de 10 grupos de operadoras da América Latina.
Entre 2016 e 2023, o tráfego total da região em redes móveis aumentou 14 vezes, representando uma taxa de crescimento anual de 46%. A América Latina apresentou taxas mais altas do que a América do Norte e a Europa, e um ritmo semelhante à média dos países asiáticos. Olhando para o futuro, entre 2024 e 2030, o tráfego total das redes móveis na região aumentará três vezes, representando uma taxa de crescimento anual de 19%.
O relatório também aponta que o principal uso das redes móveis na região é o acesso a redes sociais, representando 41% do tráfego. Navegação na web (29%) e streaming (19%) aparecem em seguida.
Em alguns países, como Argentina, Chile e Paraguai, o streaming supera a navegação na web, enquanto no Brasil as redes sociais lideram com 40%, seguidas por navegação (30%) e streaming empatado com serviços de mensageria (10%).
A organização também destaca que a demanda por vídeo, tanto em formato curto quanto longo, está por trás desse crescimento, especialmente com o aumento da qualidade de resolução, como 4K e 8K, e a transmissão de eventos ao vivo.
Lucas Gallitto, diretor para a América Latina da GSMA, destaca que parte significativa desse tráfego é não solicitado, como anúncios ou vídeos em alta resolução, o que sobrecarrega as redes móveis. “Hoje, as plataformas não pagam pelos custos do tráfego que monetizam, o que impacta negativamente a experiência do usuário, a capacidade das redes e o meio ambiente”, explica Gallitto. Ele enfatiza a importância do fair share, um modelo de mercado onde grandes geradores de tráfego contribuiriam para o financiamento das redes, ajudando a otimizar o uso desse recurso.