Verbas do Ministério da Cidadania foram depositadas na conta da Prefeitura de Foz do Iguaçu em agosto do ano passado, mas até agora as entidades ainda não receberam os repasses.
O deputado estadual Soldado Fruet (PROS) criticou a demora da Prefeitura de Foz do Iguaçu no repasse de R$ 800 mil em emendas da União que viabilizou para três instituições sociais, em parceria com o deputado federal Aroldo Martins (REP). As verbas do Fundo Nacional de Assistência Social foram empenhadas pelo Ministério da Cidadania em junho de 2020 e depositadas na conta do município no dia 14 de agosto do ano passado. Mas quase um ano após a confirmação dos valores, as entidades ainda esperam os repasses. Após visitar as instituições, o vereador João Morales (DEM) pediu informações ao prefeito Chico Brasileiro (PSD) sobre o andamento da liberação dessas verbas.
Fruet se reuniu com representantes: “Fica o questionamento: por que a Prefeitura até agora não fez o seu papel?”
“Estou indignado com o descaso da Prefeitura tanto na demora para liberação desses recursos quanto nas falhas daquilo que entregou”, declarou o Soldado Fruet. “Os deputados trabalham e lutam para trazer recursos para nossa cidade, mas fica o questionamento: por que a Prefeitura até agora não fez o seu papel?”, comentou o parlamentar, ressaltando que “são instituições que fazem um trabalho brilhante de ação social com crianças, jovens e adolescentes na nossa cidade e precisam dos veículos e materiais que garantimos nessas emendas, mas até o momento não foram repassados ou tiveram problemas”. O deputado perguntou o motivo do atraso no repasse das verbas: “seria burocracia, política ou má vontade?”.
ENTIDADES PRECISANDO E O DINHEIRO PARADO NA PREFEITURA
Para o Conselho Comunitário da Vila C, os deputados destinaram R$ 250 mil, incluindo um automóvel, climatizadores, equipamentos de informática, móveis e materiais de escritório. “A verba foi depositada em agosto, a gente estava muito esperançoso de logo em seguida estar recebendo o material. Fizemos orçamentos na esperança de estarem vindo dias melhores para a entidade, só que a decepção é grande, porque já estamos em maio e até hoje recebemos menos de R$ 12 mil”, relatou Antonia Madalena Zanella, diretora da ONG. “É decepcionante você imaginar que tem o dinheiro em mãos, tem orçamentos e as coisas não fluem, não chegam até onde têm que chegar”, apontou.
Já a Associação Comunitária Um Chute para o Futuro foi contemplada com R$ 230 mil. Segundo o líder do projeto, Ronaldo Caceres, a van adquirida pelo município com o valor da emenda está parada no pátio da Secretaria de Assistência Social porque falta a chave reserva e parte da documentação. “Estamos cobrando porque existe esta necessidade de um carro para buscar alimentos e transportar pessoas da comunidade que precisam de ajuda. Nosso carro está com o vidro quebrado, mas temos um veículo novo, que é uma ferramenta de trabalho, estragando no sol”, lamentou.
Por sua vez, a verba da Nosso Canto – Centro de Adaptação Neurológica Total é de R$ 320 mil, incluindo uma van de R$ 220 mil. Mas os responsáveis pela associação não aceitaram o veículo que a Prefeitura quis entregar por não atender requisitos contratuais – foi licitado um veículo para onze lugares, mas só tinha dez bancos – e falta de segurança. Segundo o vice-presidente Edenir Lima Witt, foi adaptada uma plataforma para cadeirante na parte traseira, fixada com parafusos tortos, além de problemas na pintura e colocação de janela, “que colocariam em risco a vida das crianças atendidas pela entidade, que têm mobilidade e motricidade reduzida”. Além disso, a entidade ainda não recebeu nenhum dos diversos equipamentos e materiais previstos na emenda.