Com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello datada para julho, Jair Bolsonaro deve anunciar em breve a sua segunda indicação para o Supremo Tribunal Federal.
A única coisa que se sabe é que será alguém “terrivelmente evangélico”, como já prometeu o presidente.
Mas não se deve esperar que o ungido preencha ao pé da letra os dois pré-requisitos constitucionais exigidos para a função: possuir notável saber jurídico e reputação ilibada.
Bolsonaro certamente não vai querer afrontar os demais membros da Corte com uma escolha que destoe do atual padrão do colegiado, que se notabiliza por ter uma das composições mais medíocres da história e pela questionável integridade moral de alguns de seus integrantes.
Ironias à parte, o fato é que pelos idênticos critérios como garimpou o desconhecido desembargador Kássio Nunes Marques para ocupar a vaga de Celso de Mello, o presidente não vai perder a oportunidade de botar no STF mais um nome que, independente de reunir ou não os atributos para o cargo, seja de sua mais estrita confiança e, sempre que necessário, retribua a graça recebida com gestos de lealdade e fidelidade canina.
Foi o que sempre fizeram seus antecessores no comando da República.
Não é à toa que Lula ganhou a liberdade e a anulação de suas condenações na Lava Jato.
Os sete ministros nomeados em governos do PT estavam lá para fazer o serviço.
Bolsonaro seria muito burro se não seguisse a mesma receita. É a regra do jogo para sobreviver na arena política do Brasil.
O resto é conversa acadêmica pra boi dormir.