Depois de promover intensa campanha contra a adoção do voto impresso, imiscuindo-se em assuntos exclusivos do poder legislativo para pressionar deputados a rejeitar o projeto e, desta maneira, contribuir decisivamente para derrotar a proposta na Câmara Federal, o ministro, surpreendentemente, anunciou medidas para “aprimorar a transparência e a publicidade das eleições”.
A primeira delas é a abertura dos códigos-fonte aos partidos e técnicos das legendas já há partir do dia 1° de outubro, com seis meses de antecedência em relação ao prazo até então vigente.
Com essa decisão, as siglas terão agora um ano para avaliar os softwares que rodam no aparelho gerenciando a votação e a totalização dos votos.
Outra novidade informada por Barroso é um estudo que já estaria em andamento na Secretaria de Tecnologia do TSE para aumentar o número de urnas que são auditadas de forma independente e testam sua integridade através de uma votação paralela.
Por último, o ministro comunicou também a criação de uma comissão externa para acompanhar e fiscalizar de perto o funcionamento do sistema eleitoral reunindo representantes do Tribunal de Contas da União, Ministério Público, Congresso Nacional, OAB, Polícia Federal e Forças Armadas, entre outras instituições.
Para quem não admitia que se levantasse qualquer suspeita sobre a confiabilidade da segurança do sistema foi uma reviravolta significativa.
Nem ele, pelo visto, ao contrário do que vinha dizendo, tem plena e inabalável convicção de que as urnas são à prova de invasões.
Menos mal.