Por António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas
As operações humanitárias coordenadas pelas Nações Unidas prestaram ajuda vital a mais de 140 milhões de pessoas no ano passado.
Os trabalhadores humanitários, na sua maioria funcionários nacionais que servem as suas próprias comunidades, não desistiram apesar da violência brutal.
Continuaram os seus esforços para ultrapassar todos os obstáculos ao apoio às pessoas necessitadas – face à grave escassez de financiamento.
No Dia Mundial Humanitário, saudamos mais uma vez a sua coragem, a sua determinação e o seu serviço à humanidade.
E reconhecemos que não é suficiente homenagear os trabalhadores humanitários.
2023 foi o ano mais mortífero já registrado para o pessoal humanitário.
Em Gaza, no Sudão e em muitos outros locais, os trabalhadores humanitários são atacados, mortos, feridos e raptados, juntamente com os civis que apoiam.
As campanhas de desinformação espalham mentiras que custam vidas.
O direito internacional humanitário – a lei que protege os a população civil durante a guerra – está a ser ignorado e espezinhado.
Um clima de impunidade significa que os perpetradores não temem a justiça.
Isto é uma falha de humanidade, de responsabilidade e de liderança.
No Dia Mundial Humanitário, exigimos o fim dos ataques aos trabalhadores humanitários e a todos os civis.
Exigimos que os governos exerçam pressão sobre todas as partes em conflito para protegerem os civis.
Exigimos o fim das transferências de armas para exércitos e grupos que violam o direito internacional.
Exigimos o fim da impunidade, para que os perpetradores enfrentem a justiça.
Não basta celebrar os trabalhadores humanitários.
Todos devemos fazer mais para proteger e salvaguardar a nossa humanidade comum.
(Da Redação com Notícia Sustentável)