Coluna Caio Gottlieb: DITADORES DE TOGA

Desafeto irreconciliável do presidente Bolsonaro, sempre disponível para atender alguém que queira causar danos à economia brasileira com o propósito final de atrapalhar o governo, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes prestou mais um desserviço à nação.

Acolhendo sem pestanejar um pedido do PSOL, ele decretou a suspensão do projeto da Ferrogrão, uma ferrovia de 900 quilômetros essencial para os interesses do país, planejada para ligar uma das áreas mais produtivas de soja do mundo, no norte de Mato Grosso, ao complexo portuário do Rio Tapajós, no Pará, de onde as cargas da leguminosa podem ser embarcadas para o exterior com preços mais competitivos pela expressiva redução nos custos de transporte.

Apoiado pelo Ministério Público Federal, Moraes tomou a decisão alegando os dois motivos costumeiramente mais usados para travar grandes obras estratégicas no Brasil: defesa do meio ambiente e proteção dos povos indígenas.

Pura balela.

É um ato claramente político, destinado a prejudicar o setor agropecuário e o próprio país.

Ao registrar e lamentar o fato, o jornalista J.R Guzzo citou uma declaração do ex-ministro Aldo Rebelo, notório militante do Partido Comunista, que disse certa vez que “hoje em dia os inimigos da agricultura e do Brasil não precisam mais destruir fazendas para deter o agronegócio e lutar contra o sucesso do capitalismo no campo. Basta impedir, com manobras judiciais, que haja transporte para as safras”.

Trata-se, como se vê, de uma estratégia que vem se revelando infalível, ainda mais contando com o respaldo e a cumplicidade da suprema Corte.

Diante do que estamos vivendo nestes tempos é oportuno relembrar uma frase do sábio Ruy Barbosa que resume tudo: “A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer”.

(Leia e compartilhe outras postagens acessando o site: caiogottlieb.jor.br)

leave a reply