Foz do Iguaçu: REPRESENTANTES DOS PROFESSORES DIZEM QUE PREFEITO FAZ EXPERIÊNCIA COM A VIDA DAS PESSOAS, COM VOLTA AS AULAS SEM VACINA

Assustados com óbitos de professores, que chega quase a 1% do total de óbitos (777) pela covid-19 em Foz, profissionais da Educação querem vacinação e outras medidas sanitárias antes do retorno das aulas presenciais. Representantes da categoria alertam para o risco de crianças infectadas, assintomáticas, levarem o vírus para todos da família dentro de casa.

Declarações contundentes e inquietantes dos representantes dos profissionais da educação trazem um alerta para as crianças e famílias dos alunos, para que a comunidade escolar não se torne “cobaia” no retorno as aulas presenciais na rede municipal de ensino em Foz do Iguaçu.

Os representantes da categoria de profissionais da Educação, afirmam que o sistema de testagem proposto pela da Prefeitura, além de insuficientes sem a imunização prévia da comunidade escolar, não traz garantias, nem segurança sanitária alguma. Com isso, crianças assintomáticas, podem infectar os colegas e assim levar o vírus para todos da família dentro de casa.

Viviane Jara, Diretora do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi), ouvida pelo o IGUASSU News, afirmar: “O SINPREFI defende o que foi decido em deliberação da categoria em assembleia, realizada no dia 25 de março de 2021, onde 93,7% dos profissionais decidiram pela manutenção das atividades remotas até que a população tenha acesso a vacina contra a COVID-19, pois não há segurança sanitária neste momento para o retorno presencial”, disse.

Mortes de Professores – As discussões ocorrem diante de uma realidade trágica no meio da categoria, a qual representa quase 1% do total de óbitos pela covid-19 (777 até 30-04) no município. “Já perdemos 7 colegas desde a volta do trabalho presencial dos profissionais nas unidades escolares. Mesmo sem atender presencialmente os alunos, os profissionais fazem a distribuição de kits de alimentos e também realizam as atividades pedagógicas como planejamento, entrega e correção das atividades, gravação e edição de vídeos, entre outras coisas. Foram comunicados ao sindicato pelo menos 44 casos de infecção de profissionais desde fevereiro. Quantos mais serão infectados com o atendimento presencial?”, questiona Viviane.

Sem Garantias – Segundo a diretora do Sinprefi, “em relação a testagem realizada nesta sexta-feira, 30, quais são as garantias de que as pessoas não serão infectadas neste intervalo de tempo até a próxima testagem? Os estudos afirmam que na maioria dos casos de infecção as crianças são assintomáticas, este é outro fator de risco para este retorno. Como esgotamos todas as possibilidades de diálogo com a gestão, nossa assessoria jurídica tomará as medidas judiciais cabíveis”.


Cobais

Consultado pelo IGUASSU NEWS, o presidente do APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (sub-sede de Foz do Iguaçu), Diego Valdez, disse que o prefeito Chico Brasileiro, foto ao lado, está fazendo um projeto-piloto com a vida das pessoas. A entidade que representa os servidores da Educação pública municipal, vem debatendo o assunto há meses. Após amplo diálogo com as categorias quem envolvem o setor, a APP-Sindicato se posiciona totalmente contra a decisão do Governo Municipal.

“O processo de retomada das aulas é muito mais amplo do que a prefeitura apresenta. Envolve, por exemplo, o transporte escolar, muito precário e que está há 18 dias em greve. Tem alunos usam esse sistema e não se sabe como será essa organização de transporte de escolares por parte da prefeitura”, alertou Diego Valdez.

Outros agravantes são citados pelo educador e representante classista. “O momento é de elevação do número de casos de Covid. O secretário de Estado (da Educação) declarou que 70% dos casos são da nova variante, mais nociva e letal, inclusive para jovens. Além disso, não tem leitos infantis para a área da Covid”, declarou. “Isso é fazer projeto piloto com a vida das pessoas. Sem garantia nenhuma”, completou.

MEDIDA INCONSEQUENTE E EQUIVOCADA DA PREFEITURA

Valdez ponderou que as escolas vão ter protocolos para reduzir o risco, mas isso não elimina a possibilidade de contaminação em massa. “A nossa posição é muito clara. Não é o momento de retorno. É uma inconsequência do poder público com uma política equivocada de fazer testes colocando em risco a vida das pessoas”.

Valdez, disse ainda que a vacinação está muito aquém do necessário. “Quando falamos em vacinação, não são apenas os professores e sim a vacinação em massa. Crianças assintomáticas vão contaminar as pessoas em casa. Não se deve arriscar a visa das pessoas com essa experiência, sem controle algum”, concluiu.

FALSA REALIDADE?

Com um nível de informação e transparência muito questionável neste governo, a prefeitura tenta criar uma falsa realidade para o chamado retorno gradual às aulas presenciais. Na última tentativa, anunciou que os pais aprovam a decisão da prefeitura, porém não trouxe nenhum dado estatístico de pesquisa.

Divulgou que aproximadamente 300 pessoas, entre servidores da educação e alunos dos primeiros e segundos anos de cinco escolas municipais de Foz do Iguaçu fizeram nesta sexta-feira (30) a coleta de exames do tipo RT-PCR para diagnóstico da Covid-19.

Pela manhã, alunos, professores e equipes pedagógicas das escolas Josinete Holler e Papa João Paulo I realizaram os testes e a tarde, a coleta foi nas escolas Jardim Naipi, Osvaldo Cruz e Princesa Isabel. “A realização dos testes e todos os protocolos de segurança adotados pela Secretaria de Educação foram elogiados por familiares, que acompanharam as crianças até as escolas”, consta do comunicado oficial da Prefeitura divulgado nesta sexta-feira (30-04).

RETORNO A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA

Conforme o anúncio oficial, a partir de segunda-feira (03), alunos dos primeiros e segundos anos do Ensino Fundamental de cinco escolas municipais retomarão as atividades no modelo híbrido – intercalando as aulas presenciais com o ensino remoto. Esse formato se faz necessário para atender o protocolo de segurança, que prevê apenas 30% da capacidade das salas. Os exames para diagnóstico da Covid serão feitos na próxima sexta-feira (07) com os demais alunos que iniciarão as aulas no dia 10. Os servidores farão novos testes em quinze dias.

(Da EJM Assessoria)

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