“Não há protocolo seguro para retorno das aulas presenciais”, afirma o epidemiologista Lucas Ferrante. Professores anunciam “greve pela vida”.
Sem vacinação contra a covid-19 para a maior parte da população e sem controle da pandemia, a APP-Sindicato/Foz é contra a volta às aulas presenciais na rede estadual. Não há critérios técnicos e científicos justificados para a reabertura das escolas para atividades de ensino.
Não houve qualquer diálogo com os educadores sobre a retomada das aulas presencialmente, determinada pelo governador Ratinho Junior (PSD) para acontecer já a partir desta segunda-feira, 10. A medida coloca em risco a saúde e a vida de professores, funcionários, estudantes e suas famílias.
Imagem ilustrativa: Pixabay
No atual momento, “não há protocolo seguro para retorno das aulas presenciais”. A afirmação é do epidemiologista Lucas Ferrante, que estuda a evolução da pandemia no país, é autor de artigos publicados nas revistas Nature e Science e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
Vale dizer que, sob a retórica dos governos de protocolos sanitários “seguros”, que perdura um ano, ocorreram duas ondas de alta da pandemia e novas e mais graves variantes do coronavírus. Nesse período, houve colapso hospitalar, adoecimento e mais de 400 mil mortes por covid-19 no Brasil.
Nas condições atuais, não é possível a volta às aulas presenciais, por várias outras circunstâncias:
– aumento vertiginoso da circulação de pessoas;
– transporte público precário para adolescentes e jovens;
– estrutura física das escolas inadequada para o enfrentamento da pandemia; e
– falta de funcionários e professores (o que representará carência no atendimento de alunos e aulas vagas sem que educadores possam acompanhar os estudantes).
Em nota publicada nesta terça-feira, 4, Diego Valdez, Presidente da APP-Sindicato/Foz afirmou que “diante das demonstrações do Governo do Paraná de imprudência e desapego à saúde da comunidade escolar, a APP-Sindicato/Foz reitera que a categoria aprovou, em assembleia no mês de fevereiro, a deflagração de greve geral pela vida. Cuidar das pessoas: esse deve ser o principal compromisso neste momento de pandemia”.
(Da Redação com APP-Sindicato)