Política: ANA BIESEK PODERÁ ASSUMIR CHEFIA NO PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU

Ivan Baptiston, atual gestor do Parque Nacional, é contra reabertura da “Estrada do Colono” e este seria o principal motivo de sua possível substituição, provavelmente, pela ex-secretária de Meio Ambiente de Foz do Iguaçu.

O Parque Nacional do Iguaçu, lar das Cataratas e de uma bilheteria que recebe 2 milhões de visitantes por ano, pode testemunhar em breve uma troca de comando. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a decisão viria direto do gabinete do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em aliança com o deputado federal Nelsi Coguetto Maria (PSD-PR), mais conhecido como Vermelho.

Ana Solange Biesek é servidora pública municipal de Foz do Iguaçu e ex-secretária de Meio Ambiente do município, cargo que ocupou entre janeiro de 2017 e março de 2018. O currículo dela inclui ainda uma rápida e recente passagem pela Itaipu Binacional. Atualmente, Ana está lotada na Secretaria de Turismo de Foz.

Procurada pela reportagem, Ana Biesek confirmou que aceitou o convite feito pelo Ministério para que ela assuma a gestão do Parque Nacional do Iguaçu. “Houve o convite, mas ainda não fui nomeada, então não posso falar nada sobre isso neste momento”, comentou Biesek por ligação telefônica.

A queda do atual chefe, Ivan Baptiston, servidor que está a frente do parque há mais de 5 anos, é especulada desde 2019 e alvo de pressão do parlamentar paranaense, que teve sua última reunião oficial com Salles em setembro deste ano. A exoneração, que pode acontecer nos próximos dias, ainda não tem um substituto oficial.

Área das Cataratas no Parque Nacional do Iguaçu concentra os serviços de concessão (Foto: Zig Koch/MTur)

A Cataratas S/A é a concessionária que detém atualmente os principais serviços associados à visitação do Parque Nacional do Iguaçu. A concessão da bilheteria, transporte, restaurante e lojas está dividida em dois contratos firmados com a empresa (nº 1 e nº 2), que venceriam em novembro deste ano, mas foram renovados automaticamente por mais 12 meses devido a pandemia e passaram a valer até 20 de novembro de 2021.

A nova etapa da concessão dos serviços de uso público no parque, que deve ter início em 2021, está prevista dentro do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) do governo federal e compreende um escopo ainda mais robusto de parceria com a iniciativa privada, que envolve o Ministério da Economia e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que está responsável pela elaboração do futuro edital em parceria com a equipe gestora do Parque Nacional do Iguaçu. O novo contrato de concessão deverá ter duração de no mínimo 20 anos.

Fontes ouvidas por ((o))eco se dividem entre duas visões: a de que a nomeação de Biesek poderia favorecer os interesses da empresa no processo de renovação da concessão e a de que, muito pelo contrário, a chefia de Biesek colocaria a Cataratas numa posição muito vulnerável judicialmente, o que não seria de interesse do grupo.

Segundo diversas fontes ouvidas pela reportagem e que preferiram não se identificar, Vermelho busca a saída de Ivan desde 2019, quando assumiu o cargo de deputado federal pelo Paraná. O gestor seria considerado um entrave para a reabertura da Estrada do Colono, pauta defendida pelo parlamentar.

Fechada desde 1986, a Estrada do Colono já foi coberta pela mata (Foto: Marcos Labanca)

Desde então, os rumores pela saída de Ivan vêm e vão. O próprio Salles, especula-se, teria a vontade de removê-lo da chefia em Iguaçu. O maior desafio dos dois para efetuar a troca seria justamente quem poderia substituí-lo. O nome, que hoje parece ser de Ana Biesek, teria sido resultado de muitas conversas entre os dois, que se reuniram pela última vez no início de setembro, de acordo com a agenda oficial do ministro.

Questionada sobre seu posicionamento com relação a reabertura da Estrada do Colono, Ana Biesek deixou claro que conhece bem a questão e tem uma opinião sobre o tema, mas que preferia não expressá-la enquanto não fosse oficializada a sua nomeação. “Neste momento, como ainda não ocorreu a nomeação, não posso me manifestar”, disse pelo telefone.

(Da Redação com O ECO)

leave a reply