O presidente Jair Bolsonaro participou na manhã deste sábado, 12, de uma “motosseata” em São Paulo. Bolsonaro conduziu uma moto à frente de um comboio com milhares de motociclistas que o apoiam a maior parte também não usou o item de proteção contra a Covid-19.
O grupo saiu das imediações do Sambódromo do Anhembi, na marginal Tietê, Zona Norte da capital paulista, onde o trânsito foi afetado, e seguiu pela Rodovia dos Bandeirantes até Jundiaí, de onde retornará a São Paulo. A via estava fechada no trecho entre as cidades, cerca de 160 quilômetros, para a passagem do ato.
Na chegada à cidade do interior, no trevo de onde o comboio partiria de volta à capital, o presidente desceu da moto e houve uma grande aglomeração em torno dele. O retorno começou por volta das 12h.
Horas após o início da ‘motosseata’, o governo do estado de São Paulo informou que Bolsonaro foi autuado no valor de R$ 552,71 por não usar máscara. Também foram multados o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o ministro Tarcísio Gomes, que comanda a pasta da Infraestrutura.
No comunicado, o governo diz que foi encaminhado aos três um documento que “pontua a necessidade da manutenção das medidas preventivas já conhecidas e preconizadas pelas autoridades sanitárias internacionais, como uso de máscara e distanciamento”. O uso de máscaras é obrigatório no estado de São Paulo desde maio de 2020.
O primeiro trajeto divulgado era mais curto: ia apenas do sambódromo até a Avenida Paulista, mas Bolsonaro considerou curto.
“Eles falaram quarenta quilômetros. Quarenta quilômetros para 100 mil motos? O cara vai ligar o motor e ficar parado”, ironizou em conversa com apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada na quarta, 9.
Segundo o empresário Jackson Villar, que esteve na reunião com a PM, haviam 400 mil veículos inscritos no site da Embaixada do Comércio, entidade que preside. Ainda segundo ele, um dia antes esse número era de 275 mil.
MANIFESTAÇÕES
O passeio em São Paulo será o terceiro de Bolsonaro com simpatizantes motociclistas, ele já fez eventos semelhantes em Brasília, no dia 9, e no Rio de Janeiro, no dia 23 de maio. A organização dos atos obedece sempre à mesma lógica: o presidente diz que participa se for convidado, depois diz que surgiu um convite, confirma a participação e a divulgação do evento viraliza nos perfis bolsonaristas nas redes sociais.
A realização desses atos acabou provocando uma contraofensiva da oposição, que voltou a realizar protestos de rua no dia 29 maio, após um longo hiato, e programa outro para o próximo dia 19 de junho. A conferir.
Arrecadação de Alimentos
Um “pedágio solidário” foi montado para receber doações de alimentos que serão distribuídos, filantropicamente, em comunidades em São Paulo. Duas fileiras com voluntários, em sua maioria de máscara, recepcionavam os motociclistas que seguiam rumo a praça Campo de Bagatelle e distribuíam bandeiras do Brasil e adesivos.
Os organizadores estimaram, ainda neste domingo (12), que a quantidade de alimentos arrecadados pelos participantes deva ultrapassar 500 toneladas.