Segundo o Boletim agrometeorológico do IDR-Paraná muitas culturas do Estado sofreram com a falta de chuvas no mês passado. Depois da estiagem severa ocorrida em abril deste ano no Estado, exceto no litoral, o mês de maio foi marcado pelo retorno tênue das precipitações e por um evento extremo no final do mês. Houve quatro episódios de chuvas irregulares no Estado, com intensidades e abrangências diferentes, provocadas por passagens rápidas de frentes frias.
Destaca-se o episódio ocorrido no final do mês que provocou precipitações volumosas nas regiões Norte e Noroeste, como os mais de 100mm em Maringá. As chuvas registradas em maio não foram suficientes para repor a água no solo em muitas regiões do Estado, em especial na região Oeste, com 0,06mm em Foz do Iguaçu. Esta regi]ao, inclusive, foi a mais afetada pelos baixos índices pluviométricos. Somente os municípios de Curitiba, Londrina, Maringá e Cambará e regiões próximas a estes, foram favorecidas com chuva acima da normal climatológica.
As chuvas ocorridas em maio amenizaram um pouco as perdas e a condição hídrica crítica das culturas, mas com redução na produtividade, decorrente da estiagem severa ocorrida no mês de abril e da chuva insuficiente no mês de maio.
Milho – Devido ao déficit hídrico do solo, grande parte das lavouras de milho apresentaram porte baixo e vigor vegetativo muito aquém do esperado, com sinais de reduções significativas na produtividade. Além da pouca chuva, as lavouras atingidas por geadas também podem apresentar redução no potencial produtivo, uma vez que muitas estavam na fase suscetível aos danos por geada.
Feijão – O feijão, devido seu ciclo curto, também foi bastante prejudicado pelos baixos índices pluviométricos registrados em maio. As geadas também afetaram lavouras que estavam na fase suscetível aos danos. A perspectiva é que a produtividade seja muito abaixo do esperado. Em algumas localidades já iniciaram a colheita.
Cereais de Inverno – Com o retorno das chuvas, os agricultores realizaram a semeadura do trigo, cevada, aveia e pastagens de inverno, as quais deveriam ter sido efetuadas em abril.
Mandioca – Nos locais que houve pouca precipitação, os produtores de mandioca tiveram dificuldade na colheita e preparo do solo para o plantio da próxima safra. Nas áreas que ocorreram maiores quantitativos de chuva há expectativa de boas produtividades.
Café – Iniciou-se a colheita do café e há perspectivas de boas produtividades. A pouca chuva registrada durante o período de enchimento de grãos acelerou a maturação de muitas cultivares.
Batata – Iniciou-se a colheita da batata e, por ser irrigada na sua grande maioria, há perspectivas de boas produtividades.
Hortaliças – As hortaliças, principalmente folhosas, foram afetadas pelas geadas.
Pastagens – Grande parte das pastagens sofreram com deficiência hídrica e tiveram seu desenvolvimento prejudicado. Em muitos casos houve a necessidade de complementar a alimentação do gado com silagem e ração, aumentando os custos de produção.
Mananciais Hídricos – Os quantitativos de chuva não foram suficientes para recuperação dos volumes de grande parte dos mananciais hídricos, por isso ainda há preocupação com o abastecimento urbano, consumo animal e irrigação agrícola.