Mais de 4.500 municípios brasileiros foram identificados como estando em alto risco para a propagação do sarampo, com 225 cidades apresentando risco muito alto. Isso representa 86% do total de municípios com risco elevado para a doença. Além disso, 751 cidades estão em risco médio, enquanto apenas quatro foram classificadas como de baixo risco. Essas informações foram divulgadas durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, realizada em Recife. Flávia Cardoso, coordenadora de Imunização da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), ressaltou que o Brasil obteve a certificação de país livre do sarampo em 2016. No entanto, essa condição foi revogada em 2019, quando o país registrou a circulação do vírus por mais de um ano. Em 2022, o Brasil enfrentou um surto endêmico da doença e, no ano seguinte, passou a ser considerado um país que necessita de revisão de sua situação.
A comissão responsável pelo monitoramento da doença sugeriu que haja uma ampliação na sensibilidade para a identificação de casos suspeitos de sarampo. Além disso, foi recomendada a criação de um fluxograma padronizado para a resposta rápida a esses casos. A situação em estados como Rio de Janeiro, Amapá, Pará e Roraima foi avaliada como extremamente preocupante para os esforços de eliminação do sarampo e da rubéola no Brasil. Em junho deste ano, o Brasil completou dois anos sem registrar casos autóctones de sarampo e está otimista em relação à possibilidade de recuperar a certificação de ‘livre de sarampo’. As autoridades de saúde estão intensificando as ações de imunização para garantir que a população esteja protegida e que a doença não retorne ao país.