Decisão: RELATÓRIO EXIGE QUE GOVERNO AMERICANO TOME MEDIDAS ROBUSTAS SOBRE TAIWAN

Após aumento nos contatos informais, militares e diplomáticos, entre os governos dos Estados Unidos e Taiwan, Biden tem feito declarações confusas sobre a independência de Taiwan e se os EUA irão considerar a ilha como tal. Pequim vê Taiwan como sua província e pediu a Washington que parasse com as provocações em relação à ilha.

A Comissão de Revisão de Segurança e Economia EUA-China (USCC, na sigla em inglês), um conselho consultivo bipartidário do Congresso americano, afirmou em seu relatório anual recém-divulgado ao corpo legislativo que medidas imediatas são necessárias para reforçar a credibilidade da dissuasão militar dos EUA contra uma possível agressão chinesa para com Taiwan.

O relatório especifica que o Congresso deve permitir e destinar fundos para Taiwan comprar produtos de defesa norte-americanos e financiar a implantação de mísseis balísticos e de cruzeiro, bem como outros armamentos, no Indo-Pacífico, enquanto também expande o financiamento para vigilância.

“Para evitar um colapso da dissuasão, a China deve acreditar que existem ações que poderiam levar a uma resposta dos EUA e que custos seriam impostos caso a China adotasse essas medidas”, estipula a recomendação em seu relatório de 551 páginas.

“A falta de clareza na política dos EUA pode contribuir para o fracasso na dissuasão se os líderes chineses interpretarem essa política como significando que uma agressão oportunista contra Taiwan poderia não provocar uma resposta rápida ou decisiva dos EUA.”

Além disso, de acordo com especialistas, a política informal da chamada “ambiguidade estratégica”, que ajudou a “preservar a estabilidade no estreito de Taiwan por décadas,” poderia ser percebida pelos chineses como um “compromisso inconsistente e hesitante dos EUA para com Taiwan”.

“Ao permanecer opaca sobre as intenções dos EUA, a ambiguidade estratégica visa criar incertezas suficientes entre os líderes em Pequim e Taipé para impedir um ataque chinês não provocado a Taiwan, bem como ações precipitadas dos líderes de Taiwan que poderiam envolver os Estados Unidos em uma guerra”, diz o relatório.

Os pesquisadores observaram que “esta abordagem de ‘dupla dissuasão'” otimiza a flexibilidade dos EUA, mas “os gestos e declarações dos EUA com a intenção de dissuadir ambas as partes [de um possível conflito] pode fazer com que os líderes chineses percebam um compromisso contraditório, mutável ou relutante dos EUA”.

“Além disso, as autoridades dos EUA sugeriram que um ataque chinês não provocado a Taiwan poderia resultar na intervenção dos EUA,” acrescentaram, “mas não especificaram como os Estados Unidos reagiriam a outras atividades beligerantes chinesas abaixo desse limite, tais como um bloqueio ou atividades coercitivas na zona cinzenta”.

De acordo com o relatório, a extensão do acúmulo nuclear na China sugere que ele pode ser usado para apoiar uma nova estratégia de uso nuclear limitado, e que “tal estratégia permitiria aos líderes chineses alavancar suas forças nucleares para cumprir objetivos políticos chineses além da sobrevivência, como por exemplo coagir outro Estado ou dissuadir a intervenção dos EUA em uma guerra por Taiwan”.

Na terça-feira (16), Biden destacou que os EUA não vão defender a independência de Taiwan e que a postura do país em relação ao tema “não vai mudar em nada.”

CONCORRÊNCIA ECONÔMICA EM ALTA

O relatório listou uma série de questões econômicas que os EUA estão enfrentando junto à China, incluindo uma recomendação de que o Congresso explore uma legislação para abordar os perigos para investidores norte-americanos e os interesses em investimentos chineses.

Assim, os regulamentos de capital da China “podem limitar a capacidade dos investidores em retirar dinheiro de investimentos em ações e títulos, e a falta de supervisão por parte de autoridades de confiança pode colocar em risco os fundos dos investidores”, afirmou o chefe da comissão, Robin Cleveland, perante o Congresso durante a apresentação do relatório. “Mais importante, várias empresas que se beneficiarão com o investimento dos EUA foram formalmente identificadas como ameaças aos interesses de segurança nacional dos EUA.”

O relatório sugeriu banir ou pelo menos identificar melhor os riscos das corporações de interesse variável, que são criados por empresas da China continental para evitar as restrições do país ao investimento estrangeiro direto em setores específicos e para listar nos mercados norte-americanos.

De acordo com o relatório, o envolvimento dos EUA nos mercados financeiros da China está crescendo, com a quantia atingindo US$ 1,2 trilhão (R$ 6,7 trilhões) em 2020, “ultrapassando a defesa do governo dos EUA” contra os perigos apresentados por empresas chinesas.

“Essas regulamentações poderiam impedir o uso de entidades de interesse variável, uma brecha regulamentar usada por muitas empresas chinesas de tecnologia para se listarem nas bolsas dos EUA”, afirma o relatório.

(Da Redação com Sputbik)

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