Política: HÁ CAMPANHA ANTECIPADA DE NOMES PARA 2022, MAS POUCO DEBATE, DIZ CIRO GOMES

Em entrevista à CNN, pré-candidato do PDT disse não acreditar que Sergio Moro "sobreviva" à pré-campanha e criticou PEC dos Precatórios como saída para auxílio social.

O ex-ministro do Desenvolvimento Regional Ciro Gomes, também pré-candidato à presidência da República em 2022 pelo PDT, afirmou em entrevista à CNN nesta quinta-feira (18) que vê uma “antecipação de campanha impressionantemente calorosa” em relação a nomes que pretendem disputar o Palácio do Planalto no próximo ano.

No entanto, para ele, mas ainda faltaria debate sobre “os problemas mais graves da história do Brasil”.

“Há uma uma antecipação de campanha apenas sob ponto de vista de pesquisas [eleitorais] e nomes. O que deveríamos estar fazendo era debater os problemas brasileiros, os mais graves da historia do país”, disse.

Ciro Gomes, que apareceu em 4° lugar na pesquisa eleitoral Genial/Quest, divulgada em 10 de novembro, com 6% das intenções de voto, avalia que cerca de cinco nomes devem sair definitivamente como pré-candidatos até o fim de julho de 2022, quando é dado o prazo final para as definições dos nomes.

Na avaliação do ex-governador, o presidente Jair Bolsonaro  (sem partido) está se “desmoralizando pela crise econômica, moral e de saúde publica” conforme as pesquisas mostram que cerca de “75% a 80% do povo brasileiro busca alternativas”.

Neste cenário, questionado sobre a recente filiaçaõ do ex-ministro da Justiça Sergio Moro ao Podemos e uma possível pré-candidatura da parte dele, Ciro Gomes avaliou que o ex-juiz da Lava Jato não deve “resistir” ao período de pré-campanha pela falta de experiência no mundo político.

“Qual é a proposta que ele tem? Qual compreensão do drama social brasileiro, do desemprego, da informalidade, da queda da renda, inflação?”, disse Ciro.

“Não é possível que vamos aceitar que um cidadão como Moro venha para o processo político explorando a justa angústia que o povo brasileiro tem contra a corrupção”.

Ciro também criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda não se lançou oficialmente como pré-candidato mas é o nome do PT que desponta nas intenções de voto.

“Eu considero que a tragédia Bolsonaro foi produto da tragédia econômica e moral da generalização da corrupção que o Lula impôs ao Brasil”, disse o ex-ministro.

Apesar disso, Ciro afirmou que possíveis alianças regionais entre o PDT e o PT ainda estão passíveis de acontecer, já que “jamais aconteceu de uma aliança nacional se replicar de forma homogênea”, mas ponderou que “é preciso colocar uma linha clara de cortes” entre os projetos.

Questionado sobre como faria, caso eleito, para governar e aprovar pautas no Congresso em meio às possíveis divisões de bancadas, Ciro afirmou que tem intenção de propor um “novo pacto federativo” e “reformas nos primeiros 6 meses de governo”.

PEC DOS PRECATÓRIOS

O ex-ministro voltou a comentar o recente imbróglio envolvendo a votação de parte da bancada do PDT à favor da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados, o que geroou uma suspensão de sua pré-candidatura.

Ao fim, com o recuo dos parlamentares e a oposição da bancada à pauta no 2º turno da PEC na Câmara, ele avalia o episódio como uma “generosidade” dos deputados do partido, que teriam argumentado a favor de “negociar os danos” do texto da proposta.

A PEC dos Precatórios acabou sendo aprovada na Câmara e o texto seguiu para o Senado.

Para Ciro, uma “declaração do estado calamidade publica” seria o suficiente para abrir espaço fiscal para viabilizar um programa social como o Auxílio Brasil.

“[A PEC] é uma grosseira mentira que vai colocar status constitucional em um calote milionários. Isso não existe. O Congresso brasileiro apodreceu, a maioria dos deputados virou uma quadrilha”, criticou.

(Da Redação com CNN)

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