Segundo ele, a “situação é preocupante sim“, mas ela foi identificada “tempestivamente” e várias medidas vêm sendo tomadas.
“Com essas ações, garantimos que chegaremos ao final do ano com energia elétrica e potência necessárias para o consumo da sociedade brasileira”, afirmou Ciocchi, durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
O evento, que reuniu integrantes de diversas instituições, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi realizado em momento em que o governo prepara uma Medida Provisória que poderá permitir inclusive a adoção de ações mais drásticas de controle de uso de energia, como um racionamento compulsório.
O texto da MP prevê ainda que um novo comitê, a Câmara de Regras Operacionais Excepcionais para Usinas Hidrelétricas (Care), terá o poder de determinar a alteração da vazão das hidrelétricas, principal fonte de geração do país, assim como limites de uso e armazenamento.
As projeções do ONS indicam que, sem tais ações adicionais como mudanças na vazão das hidrelétricas, a situação estará ainda mais crítica, com os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste (o principal sistema em armazenamento do sistema no país), chegando ao final do ano com apenas 7,5% de energia armazenada.
“Situação crítica e abaixo de todos os níveis mensais em histórico de 20 anos”, disse
Com as ações implementadas, o sistema chega a 10,3% de energia armazenada, disse ele, “o que ainda é um nível preocupante, mas mostrando que não teremos nenhum problema de energia ou potência ao final de novembro de 2021”, quando tem início a estação chuvosa.
Para o diretor, a primeira e mais importante medida tem relação com as vazões dos reservatórios de Jupiá e Porto Primavera e a flexibilização da operação de reservatórios da bacia do Paraná, principalmente Furnas.
“Essa ação busca segurar essas águas, não usar as águas para geração de energia elétrica, para garantir a governabilidade em todas as cascatas, interligadas. Precisamos garantir que todas as usinas tenham nível mínimo de água para que sejam operadas e manobradas”, disse.