Na Terra das Cataratas, diferentemente de muitas outras cidades paranaenses onde existe “maturidade política”, dorme-se com um cenário se desenhando para nomes que possivelmente disputarão as eleições parlamentares de outubro, e acorda-se com outro cenário totalmente diferente. Toda essa indefinição, tão prejudicial para a cidade, começa pelo grupo político do prefeito de Foz do Iguaçu, pois, naquela falange política, todo mundo “anda a reboque” do que a primeira-dama, Rosa Jerônymo e seu marido farão para a dificílima missão de conseguir um mandato eletivo qualquer para ela, esposa do prefeito.
A mais recente movimentação do “Casal Chicovid”, forma como Chico Brasileiro e Rosa Jerônymo (foto ao lado) são comumente tratados nas redes sociais, foi a ida deles nesta sexta-feira a capital paranaense, onde, segundo fontes do IGUASSU News teria sido acertado que a esposa do prefeito será candidata a deputada estadual pelo MDB. É isso mesmo. Nada de PSD, nem PP, PSB, partidos que, até então, eram embalados/embarrigados com a expectativa da ida da primeira-dama para suas fileiras e, com isso, a “máquina política” do governo Chico Brasileiro iria junto.
O “calote” político do Casal Chicovid foi geral. Deu o MDB, que há muito já estava demarcado pelo “Camarada” Nilton Bobato, ex-PCdoB com a então companheira (e não menos “Camarada”) Rosa Jerônymo.
O MDB, partido que localmente é presidido pelo vice-prefeito Bobato, poderá ter também o nome da vereadora Yasmim Hachem como candidata a deputado federal, ainda que o seja para “cumprir tabela”.
Quanto as chances da vereadora do MDB iguaçuense (Yasmin) ser eleita deputada, esta possibilidade, caso realmente a candidatura dela se confirme, é a mesma que outros possuem vereadores de Foz cujos nomes são cogitados para o pleito deste ano (Karol “Protetora” Dedonatti, Alex Meyer e Cabo Cassol) sejam eleitos: chance de 0,1%, sem margem de erro…
A CÉSAR, O QUE É DE CÉSAR…
A desorganização do cenário político de Foz do Iguaçu tem um grande culpado: o prefeito Chico Brasileiro (foto ao lado). A maior autoridade política do município, no comando da cidade há cerca de 05 anos, não conseguir trazer estabilidade política a cidade (como ocorre em Cascavel, por exemplo), o que resulta no “samba do crioulo doido” que temos localmente hoje. Tudo isso, pode ser atribuído a incompetência do prefeito como articulador político (que, no passado, sempre teve alguém fazendo isso por ele), aliado ao fisiológico projeto político do alcaide de eleger a esposa a qualquer coisa (e de qualquer jeito?).
Para que se tenha uma ideia da bagunça política em Foz do Iguaçu, o vice-prefeito Francisco Sampaio e Arif Osman, dentre outros que teriam muito mais votos para deputado do que qualquer um dos vereadores citados anteriormente (tidos como possíveis candidaturas a deputado), nem possuem partido político definido ainda, apesar de não faltar convites de agremiações partidárias aos dois bons nomes. E tem ainda outros bons nomes, notadamente o Raniere Marchioro (do “nanico” PRTB, partido que não chega e não levará Marchioro a lugar algum…) e o Sidnei Prestes (PRB), que nada mais deverão fazer, por falta de apoio local e da inexistente “geopolítica” iguaçuense, do que serem trampolins para candidatos paraquedistas, o que nada vai ao encontro dos interesses de Foz do Iguaçu.
Registro – Neste ponto é importante destacar que os partidos políticos possuem estratégias e compromissos com foco principal no plano nacional e, assim, não existe compromisso das agremiações partidárias com municípios, o que torna a grande maioria das candidaturas locais, até pela questão de sobrevivência dos partidos (cláusula de barreiras, assunto para outro momento…), meros instrumentos, “peões” no tabuleiro do xadrez político, pouco importando o estrago que isso resulta para locais como a importante Foz do Iguaçu, tão carente de representantes parlamentares, que sempre vistos como possíveis adversários aos projetos políticos dos prefeitos de plantão, dentre eles o atual alcaide local.
E OS QUE REALMENTE TEM CHANCE DE ELEIÇÃO/REELEIÇÃO?
A verdade é que no grupo político do prefeito Chico Brasileiro, somente tem alguma chance (ainda que pequena) de se ser eleita é a esposa dele, claro. E, salvo algum fato extraordinário, nenhum dos demais nomes até aqui citados como possíveis candidatos a deputado deverá ser eleito em outubro. Mas Foz do Iguaçu tem chance de continuar com representantes locais na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados: em ordem alfabética, os deputados Soldado Fruet (estadual), Giacobo (federal) e Vermelho (federal), que buscam a reeleição.
Soldado Fruet – O deputado estadual SD Fruet (PROS) é tido como o nome mais forte na disputa para deputado estadual em Foz do Iguaçu, mas ele vem recebendo convites de outros partidos para disputar a o pleito de deputado federal. O interesse dos partidos, inclusive do próprio PROS, em ter a candidatura de Fruet a deputado federal, resulta da sua atuação destacada na luta contra o pedágio, fiscalização incisiva e denúncias contra atos do Governo do Paraná, defesa do papel social da Sanepar e da Copel e trabalho na defesa dos servidores públicos, conforme escreveu ontem o jornalista paranaense Zé Beto em seu espaço digital (Soldado federal? | Blog do Zé Beto (zebeto.com.br)). Fruet estaria considerando a possibilidade de aceitar um dos convites que recebeu.
Giacobo – Com vários mandatos de deputado federal em seu currículo, o deputado Fernando Giacobo (PL) vem tendo o nome lembrado como possível candidato a senador e também é sondado para participar da coordenação, no Paraná, da candidatura a reeleição de Bolsonaro. A candidatura a reeleição de Giacobo é natural, mas pode ser que haja uma modificação do projeto político dele. Uma coisa é certa: a ida de Bolsonaro para o PL fortalece o partido no Paraná e, consequentemente, o nome de Giaboco, cabeça no partido no Estado.
Vermelho – Com atuação politica nas regiões Oeste e Sudoeste, o deputado federal Vermelho, apoiador de primeira hora do presidente Bolsonaro, é conhecido pela atuação e circulação constantes pelos municípios das regiões foco de seu exercício de mandato, o Oeste e o Sudoeste do Paraná. Certamente deverá, pelo menos, repetir a forte votação que teve fora de Foz do Iguaçu. Seu eleitorado é caracterizado pela capilaridade regional, o que é um ponto muito favorável para sua reeleição, o que se somará a votação esperada entre os iguaçuenses, a qual deverá superar os 20 mil votos obtidos em 2018.
E OS NOVATOS DE FOZ COM CHANCES?
Além de Rosa Jerônymo, os novatos que possuem alguma chance, em ordem alfabética, são o presidente da Câmara Municipal, Ney Patrício (PSD), e Matheus Vermelho (que deverá se filiar ao PSD, a convite de Gilberto Kassab, presidente nacional do partido). Ney Patrício e, principalmente, Matheus Vermelho, além de terem boa estrutura, há muito estão fazendo um trabalho político diferenciado da esposa do prefeito Chico Brasileiro (e dos demais candidatos novatos de Foz do Iguaçu). Eles estão circulando e se articulando por toda a região, e isso é fundamental. Podem surpreender. Enquanto isso, os adversários dos dois (inclusive Rosa Jerônymo) se limitam a chegar, no máximo, até pouco antes de Santa Terezinha de Itaipu e, por isso, não foram e nem vão longe os demais…
E O PAULO MAC DONALD?
Por falar em quem tem chance de ser eleito deputado em Foz, vem ganhando força o nome do ex-prefeito Paulo Mac Donald como possível candidato a deputado estadual pelo PODEMOS de Sérgio Moro e Álvaro Dias. Ricardo Mac Donald, irmão do ex-prefeito de Foz, está na coordenação estadual da articulação da candidatura de Moro, além de participar da formação da “chapa” de candidatos a deputado do PODEMOS no Paraná. Paulo Mac Donald, em se confirmando sua candidatura a deputado estadual, deverá ter como candidata a deputada federal, Bibiana Orsi, que recentemente deixou o PP e, a convite do senador Álvaro Dias, se filiou ao PODMOS, para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Bibiana.
Por fim, a exemplo da eleição passada, como se não bastasse a incompetência dos comandantes políticos locais, nas eleições de outubro, outro aspecto negativo para o município tende a se repetir: os inúmeros votos iguaçuenses para paraquedistas, o que pode resultar, como de hábito, em prejuízo para o futuro da Terra das Cataratas.
(Da Redação)